27 de novembro de 2024 Doar
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Movimento Comunhão e Libertação apoia manifestações pacíficas no Brasil

O Doutor Carlos Augusto Faria, um dos responsáveis pelo movimento Comunhão e Libertação (CL) no Rio de Janeiro, também médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, concedeu ao Grupo ACI uma entrevista a respeito das manifestações que têm ocorrido em todo o Brasil, em busca de melhorias nas condições de vida.

"As pesquisas mostram que a maioria das pessoas que estão indo às ruas o fazem pela primeira vez e não estão ligadas a partidos políticos. Sabemos que existem grupos com interesses políticos particulares e que se servem da violência, o que obviamente não constrói, atemoriza a população e provoca uma reação desmedida como vimos. Qualquer justificativa para o uso da violência é ideológica", explica.

Para Carlos Augusto, a insatisfação foi o combustível principal para que a população brasileira rompesse o marasmo em que vive para demonstrar o desejo de mudanças, justiça e verdade. "As pessoas não se sentem mais representadas, pois a política deixou de ser a busca do bem comum e se tornou a luta pela hegemonia entre os partidos, cuja atuação está voltada para a manutenção do poder e não para as reais necessidades da sociedade", disse.

Questões antigas voltam a aparecer durantes as manifestações: Que sociedade queremos construir? Como o governo deve utilizar os recursos públicos? Quais as mudanças necessárias? "Nos identificamos com o desejo de mudanças para a construção de um país melhor, e o movimento estimula que sejam tomadas iniciativas para tentar responder às questões levantadas pela população", ressaltou.

O movimento Comunhão e Libertação interpreta que todos anseiam viver por um ideal, por algo que vença o imediatismo e a decepção que nasce do desgaste natural das manifestações e tentativas de mudança, podem levar à perda da esperança e ao ceticismo.

Augusto Faria também cita um discurso do Papa Francisco incentivando o povo a lutar por seus direitos: "Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. (...) Devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum." (Papa Francisco, Encontro com representantes das escolas jesuítas na Itália e na Albânia, 07 de junho de 2013).

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