RIO DE JANEIRO, Jul 24, 2013 / 20:45 pm
Ao voltar para o Rio de Janeiro, depois de passar o dia no Santuário Nacional de Aparecida (SP), onde presidiu sua primeira Missa no país, o Papa Francisco participou da inauguração de um pavilhão do Hospital São Francisco de Assis da Providência de Deus dedicado ao atendimento de dependentes de drogas. “Hoje, neste lugar de luta contra a dependência química, quero abraçar a cada um e cada uma de vocês”, disse.
Em sua mensagem aos dependentes, deixou claro: “a Igreja não está longe dos esforços que vocês fazem”. (...) E continuou, “O Senhor está ao lado de vocês e lhes conduz pela mão”; “E confiem também no amor materno de Maria, sua Mãe. Esta manhã, no Santuário de Aparecida, confiei cada um de vocês ao seu coração. Onde tivermos uma cruz para carregar, ao nosso lado sempre está Ela, nossa Mãe. Deixo-lhes em suas mãos, enquanto, afetuosamente, a todos abençoo”.
O polo de atendimento a dependentes químicos, na Tijuca, entra em funcionamento até o final do mês, com 40 leitos e este número deve dobrar até o final do ano. Esta inauguração é deixada para o Rio como um legado social da JMJ Rio2013. “Há tantas situações no Brasil e no mundo que reclamam atenção, cuidado, amor, como a luta contra a violência”, relembra o Papa.
No Brasil, mais de dois milhões de pessoas sofrem com algum tipo de dependência química e a principal concentração fica da região Sudeste do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo). Só no Rio de Janeiro vivem mais de 600 mil dependentes e apenas 20 leitos disponíveis para atendimento.
Dependentes que já foram tratados no Hospital deram seus testemunhos e em troca foram, carinhosamente, abraçados por Francisco. “A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem!”, alerta o Santo Padre.
Em seu discurso, o Papa Francisco se colocou totalmente contra a legalização do uso de drogas, como tem sido discutido em muitos países da América Latina e apontou soluções: “promover uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro (...), olhar o outro com os olhos de amor de Cristo”, pediu.
A metodologia de tratamento do hospital buscará, além da atenção médica, a integração dos aspectos transcendentes e religiosos. Existe, também, a proposta de formar um centro de capacitação de profissionais sobre diferentes drogas e seus efeitos.
O Pontífice também falou sobre a história da conversão do Santo Patrono do Hospital, São Francisco, que abandona riquezas e comodidades para servir a Cristo e aos demais, “o momento em que tudo isso se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um leproso”, ressaltou.
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