24 de novembro de 2024 Doar
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Aborto seletivo deixa a Índia sem mulheres, denuncia ativista

Parvinder Singh, diretor de comunicação da organização Ajuda em Ação na Índia, denunciou que "faltam 35 milhões de mulheres" nesse país devido "aos abortos seletivos segundo o sexo".

Em declarações ao jornal La Vanguardia quando esteve na Espanha, onde apresentou seu relatório sobre feticídio feminino na Índia, Parvinder Singh assinalou que "no censo de população da Índia de 2011 o número de meninas menores de 6 anos se reduziu em 914 por cada 1.000 meninos".

Em 1941, havia na Índia 1010 meninas por cada 1000 meninos. Em 2001, esta proporção tinha descendido a 927 meninas de 0 a 6 anos por cada menino.

O diretor de comunicação de Ajuda em Ação revelou também que os abortos seletivos não têm relação com a pobreza, pois "as famílias das castas mais altas e as de áreas mais prósperas do país têm o número mais elevado de falta de meninas".

"As estatísticas dizem que nas zonas mais desenvolvidas nascem 610 mulheres por cada 1.000 homens; e sabemos que há muitas mulheres que ficaram grávidas, cinco ou seis vezes, e que abortaram até conceber o menino", assinalou.

Estes abortos se produzem porque "se a pessoa não tem homens na sua família, a linha familiar termina: há uma lei que permite às mulheres herdar terras, mas não se concede nunca. Se só tiver filhas, vai descender na casta porque suas propriedades não passarão a seus descendentes e vai para os irmãos ou primos".

Entretanto, esta organização está trabalhando para conscientizar à população, pois o aborto seletivo está proibido na Índia.

"A preferência pelos filhos homens está provocando um gravíssimo déficit de mulheres em todo o país. No Ocidente, o número de mulheres supera o de homens ao menos em 3%. Na Índia, há 8% mais de homens que de mulheres".

Esta situação, indicou, gerou que uma geração de jovens adultos não encontre mulheres com quem casar-se, o que a sua vez "está provocando um crescente descontentamento social e o tráfico de meninas das zonas pobres que acabam sendo escravas sexuais".

Entre os mecanismos propostos para combater os abortos seletivos de mulheres na Índia está fazer uma maior regulação das máquinas de ecografia, pois, de acordo à Ajuda em Ação na Índia, "a fácil disponibilidade e a acessibilidade da tecnologia está ajudando este delito".

 

 

 

 

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