Roma, Dec 23, 2013 / 15:56 pm
O Presidente da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski, denunciou que a ideologia de gênero não corrói apenas a educação católica, mas também os diversos âmbitos da cultura e da sociedade.
"Evidentemente, hoje um dos grandes problemas são as correntes mundiais que estão na União Europeia, ou no Conselho da ONU, onde se quer impor a ideologia de gênero, sabemos como este documento da Organização Mundial de Saúde, quer praticamente que se ensine às crianças a partir dos 4 anos o que é a masturbação e também faz com que tenham acesso a imagens homossexuais. Também antes do seu amadurecimento, lhes obrigam a conhecer técnicas sexuais como o uso do preservativo e isto nos assusta", denunciou o Cardeal Grocholewski no dia 19 de dezembro por ocasião da apresentação do documento "Educar para o diálogo intercultural na escola católica".
A autoridade vaticana assegurou que a Igreja Católica não está sozinha e não é a única que percebe que a ideologia de gênero está carcomendo as nossas sociedades e tentando distorcer as verdades fundamentais.
"Por exemplo –disse-, no seu discurso de Natal do ano passado, o Papa Bento XVI se referiu a um estudo de grande ressonância do rabino da França, Gilles Bernheim, no qual se demonstra que o atentado que hoje se faz contra família, provém precisamente da ideologia de gênero".
Também citou "um artigo de uma socióloga alemã, Gabriele Cubi, uma mulher de uma grande força, que se opõe a esta ideologia de gênero que é destrutiva, que assinala que esta ideologia de destruição se propaga especialmente entre as mulheres, e este feminismo radical se converte em egoísmo radical, a mulher quer ser homem, deixar de ser mãe, e não quer mais os seus filhos e seu marido".
O perito explicou que a ideologia de gênero está prejudicando as universidades embora haja uma verdade que se eleva sobre tudo: "As universidades católicas que perdem a identidade católica praticamente deixam de ser atrativas", assegurou.
Em referência às escolas ou universidades que abandonam sua identidade católica, sustentou que "a Santa Sé não somos a polícia e sempre procuramos o diálogo antes. Algumas vezes foi necessário eliminar algumas instituições, quando uma está doente sempre há duas vias, ou curar ou eliminar. E nossa opção sempre é a de tentar curar primeiro".
Neste sentido afirmou que "a escola católica que se deixa influenciar pela ideologia de gênero é um mal, é uma escola que não reconhece qual é a sua missão, é mentirosa e hipócrita porque tem o sobrenome católico, quando não o é. Devemos ser claros, a identidade católica é um grande bem e deve ser fundamental nestas escolas".
Muitas vezes, alunos que não compartilham a fé católica frequentam este tipo de universidades, e "isto é muito importante –disse-, porque por exemplo, são muitos os embaixadores que me explicam que estudaram em uma escola católica e eu lhes pergunto por que. São duas respostas: uma delas é que a escola católica é a melhor, e a outra é que a escola católica ou universidade, não só transmite o saber e as capacidades, mas formam à pessoa".
"Não basta só transmitir o saber, mas é preciso saber transmitir os valores, porque o saber e as capacidades muitas vezes são usados para a injustiça, portanto, um homem deve utilizar suas capacidades para o bem, e não para o mal, e isso se aprende na educação católica", concluiu.
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