21 de novembro de 2024 Doar
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Jesus propõe um amor cuja única medida é não ter medida, afirma o Papa

Papa Francisco. | Grupo ACI

Ao presidir a oração do Ângelus ontem na Praça São Pedro, o Papa Francisco assegurou que Jesus propõe a seus discípulos "a perfeição do amor", o que consiste em pôr em prática um amor cuja única medida é não ter medida.

O Santo Padre indicou que "Jesus propõe a quem O segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de todos os cálculos".

"O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não queremos fazer as pazes com o próximo. E diz assim: 'Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão'".

Por isso, disse o Papa, "somos chamados a reconciliar-nos com os nossos irmãos antes de manifestar a nossa devoção ao Senhor na oração".

Refletindo sobre o Evangelho de ontem, que faz parte do "Sermão da Montanha", o Santo Padre assinalou que Jesus, em relação à Lei judaica, afirma que "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição".

"Jesus, então, não quer cancelar os mandamentos que o Senhor deu por meio de Moisés, mas quer levá-los à sua plenitude. E logo depois acrescenta que este 'cumprimento' da Lei requer uma justiça superior, uma observância mais autêntica".

Jesus disse a seus discípulos, recordou o Papa, que "Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus".

"Mas o que significa este 'pleno cumprimento' da Lei? E esta justiça superior em que consiste?", questionou Francisco.

"O próprio Jesus nos responde com alguns exemplos. Jesus era prático, falava sempre com os exemplos para se fazer entender. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: 'Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal'".

Com isto, disse o Papa, "Jesus nos recorda que também as palavras podem matar! Quando se diz que uma pessoa tem língua de serpente, o que quer dizer? Que as suas palavras matam! Portanto, não só não se deve atentar contra a vida do próximo, mas também não lançar sobre ele o veneno da ira e atingi-lo com a calúnia. Nem falar mal dele. Chegamos às fofocas: as fofocas podem matar, porque matam a fama das pessoas!".

Francisco destacou que "é tão bruto fofocar! No começo pode parecer uma coisa agradável, até divertida, como chupar uma bala. Mas no fim enche o coração de amargura e envenena também nós".

"Digo-vos a verdade, estou convencido de que se cada um de nós fizesse o propósito de evitar as fofocas, no fim se tornaria santo! É um belo caminho! Queremos nos tornar santos? Sim ou não? Queremos viver atrelados às fofocas como hábitos? Sim ou não? Então estamos de acordo: nada de fofocas!".

O Santo Padre destacou que "Jesus não dá importância simplesmente à observância disciplinar e à conduta exterior. Ele vai à raiz da Lei, com foco, sobretudo, na intenção e, portanto, no coração do homem, de onde provêm as nossas ações boas ou más".

"Para ter comportamentos bons e honestos, não bastam as normas jurídicas, mas são necessárias motivações profundas, expressão de uma sabedoria oculta, a Sabedoria de Deus, que pode ser acolhida graças ao Espírito Santo. E nós, através da fé em Cristo, podemos abrir-nos à ação do Espírito, que nos torna capazes de viver o amor divino".

"À luz deste ensinamento, cada preceito revela o seu pleno significado como exigência de amor, e todos se reúnem no maior mandamento: ama Deus com todo o coração e o próximo como a ti mesmo", concluiu.

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