21 de novembro de 2024 Doar
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Arcebispo na República Centro-Africana pede que grupos armados deixem as igrejas e as mesquitas

Rebeldes na República Centro-Africana. | hdptcar / Wikimedia Commons (CC BY-SA 2.0)

É preciso desarmar os "infiltrados" nas Igrejas e mesquitas para neutralizar as milícias e saqueadores que aterrorizam o país. Este é o apelo lançado por Dom Dieudonné Nzapalainga e Oumar Kobine Layama, respectivamente Arcebispo e Imane de Bangui, capital da República Centro-Africana.

Conforme assinala a agência vaticana Fides, o Arcebispo fez votos para que "todos os nossos irmãos que possuem armas as entreguem. Os militares devem desarmar todos, nas igrejas e mesquitas. Muitos centro-africanos têm muitas armas, muçulmanos e cristãos. As armas não fizeram uma escolha de campo".

"Há pessoas que se infiltram com armas em lugares de culto, incluindo mesquitas", comentou também o Imame, lançando um apelo a apoiar as operações de desarmamento das forças internacionais enviadas à República Centro-Africana para ajudar as autoridades locais a conter a violência.

Depois da caça ao poder dos rebeldes Seleka, as chamadas milícias Anti Balaka (onde existem grupos heterogêneos, em vários casos se trata de bandidos e criminosos) provocaram a caçada contra os muçulmanos, acusados de serem cúmplices dos Seleka.

O saqueadores reduziram o país ao extremo. Num encontro com o Conselheiro da Embaixada da Ordem de Malta, Pe. Elvana Ndawatchi, representante da Arquidiocese de Bangui, ele citou um relatório da Organização Mundial de Saúde, que remonta a 2013, segundo o qual dos cerca de 117 centros de saúde visitados nas áreas mais afetadas pelo conflito, 49 hospitais e centros de saúde foram destruídos, enquanto 80% dos agentes de saúde abandonaram as áreas internas do país.

"Em Bangui - disse o sacerdote – dos 24 centros de saúde somente 17 são capazes de funcionar, dos quais 9 são centros de saúde católicos. Dos 4 hospitais em níveis secundário e terciário apenas 3 oferecem ainda alguns serviços".

Os representantes da Ordem de Malta entregaram à Igreja local 5 milhões de francos CFA destinados aos centros de saúde católicos e informaram que mais ajuda em medicamentos estão presas no porto de Douala (Camarões) por causa da insegurança da ligação rodoviária entre os dois países.

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