CARACAS, Mar 27, 2014 / 14:00 pm
O Bispo de San Cristóbal (Venezuela), Dom Mario Moronta, reiterou o desejo da Igreja no país de promover espaços de encontro que permitam alcançar a paz; nesse sentido, disse que fiéis e sacerdotes estão chamados neste tempo de Quaresma a "cooperar com a paz" e a reconciliação de todos os venezuelanos.
"Repudiamos todo ato de violência, cujo saldo é de mortos e feridos", expressou o Prelado ante a violência ocorrida no fim de semana em Táchira, região onde se encontra a sua Diocese e onde se iniciaram os protestos contra o regime de Nicolás Maduro.
Nesse sentido, pediu às autoridades que "cumpram seu dever de manter a ordem pública e proteger os cidadãos, mas sem excessos nem ações que vão contra os direitos humanos fundamentais; que sejam regidas pelas disposições legais do sistema jurídico nacional e internacional".
Pedimos-lhes "que limitem o uso de bombas de gás lacrimogêneo e de outros tipos que afetam à coletividade. Escuta-se o clamor de muitas pessoas que são afetadas de maneira direta ou indireta, ao ter que atender familiares e vizinhos que sofrem a consequência dos efeitos nocivos destas bombas", assinalou o Prelado à imprensa local.
Através do Facebook, Dom Moronta recordou o direito ao protesto pacífico, "dentro do devido respeito aos demais e sem violência de nenhum tipo. Nem com barricadas, nem com a queima de veículos, nem de instalações educativas ou de outro tipo se alcançará a paz e a concórdia. Por isso, é necessário que se aprofunde em uma proposta que seja cívica e que respeite os demais".
Do mesmo modo, recordou que os protestos se devem ao desabastecimento, a insegurança, contrabando e especulação.
Deixem de lado os interesses particulares e dialoguem para encontrar "soluções concretas", exortou logo às autoridades e dirigentes de todos os setores. "É importante desterrar outro tipo de violência como é o da linguagem ofensiva e desqualificadora", acrescentou.
Por outro lado, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela reafirmou o seu apoio a Nicolás Maduro depois do anúncio que fez na segunda-feira da prisão de três generais da Aviação acusados de tentativa de subversão.
Por sua parte, a deputada María Corina Machado retornou nesta quarta-feira à Venezuela do Peru, acompanhada por três legisladores peruanos que viajaram para "verificar que todos seus direitos sejam respeitados como deputada e como cidadã".
Isto devido a que a Assembleia Nacional –controlada pelo chavismo-, decidiu destituí-la por ter
aceitado a designação como embaixadora do Panamá na Organização de Estados Americanos (OEA), para denunciar a repressão que ocorre na Venezuela e que deixou 35 mortes e centenas de feridos.
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