24 de novembro de 2024 Doar
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Núncio na Venezuela esteve presente nas negociações de paz entre governo e líderes da oposição

Dom Aldo Giordano | Conferência Episcopal da Venezuela

O Núncio Apostólico na Venezuela, Dom Aldo Giordano, esteve presente no diálogo entre o Governo de Nicolás Maduro e representantes da oposição, conforme confirmou nesta quinta-feira uma fonte da Nunciatura ao Grupo ACI.

Nesse sentido, a fonte descartou a presença do Secretário de Estado Vaticano, Dom Pietro Parolin, tal como havia informado um meio venezuelano.

Nesta quinta-feira, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, recordou que "normalmente" é o Núncio Apostólico quem se ocupa de acompanhar os acontecimentos e que a Santa Sé está "atenta".

Como se recorda, na quarta-feira passada a Chancelaria venezuelana difundiu uma carta na qual o presidente Nicolás Maduro convidava o Papa Francisco para participar dos processos de diálogo designando a Dom Parolin "como 'Testemunha de boa fé'". Diante disto, o Pe. Lombardi declarou à agência EFE não ter "nada a dizer".

Bispos pedem encontrar soluções

A primeira sessão deste diálogo de paz começou ontem, quinta-feira, e para esta ocasião os bispos pediram que este diálogo, entre o governo e a oposição, leve o país a encontrar soluções concretas para a crise vivida pela Venezuela.

"Que o discurso não fique simplesmente em arengas ou exortações propagandísticas, mas se enfrentem aspectos que interessem às pessoas", expressou à Unión Radio o Secretário Geral da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Jesus González de Zárate, em referência ao encontro que tiveram nesta quinta-feira o Governo de Nicolás Maduro e representantes da oposição.

"Que dois que pensam diferente por circunstâncias de país não tenham podido encontrar-se, e possam fazê-lo marca a pluralidade do país", indicou. O Prelado recordou que o encontro de ontem não se tratou apenas de "um diálogo político ou dos que governam, mas deve ser sobre todos os âmbitos do país para superar o enfrentamento permanente".

Por isso, também exortou a desterrar a linguagem ofensiva. "Generalizou-se o uso de palavras que desqualificam o outro, isso cria evidentemente um obstáculo no diálogo, e as pessoas não se sentem representadas no que essas palavras levam consigo".

Por sua parte, o Bispo de Margarida, Dom Jorge Anibal Quintero Chacón, disse que "para que haja um diálogo é preciso haver duas partes ou três e por sua vez um respeito necessário e que se preste atenção. Assim como dizemos em termos espirituais, que não apenas se ouça, mas se escute".

Em declarações à Unión Radio, o Prelado também pediu soluções concretas que sejam aceitas pela população.

Na terça-feira passada, o Presidente da CEV, Dom Diego Padrón, indicou que o primeiro passo para que o diálogo se concretize é o reconhecimento mútuo e a elaboração de uma agenda mutual.

Em diálogo com Globovisión, o Prelado também defendeu o direito dos representantes de opinar sobre a realidade venezuelana. "Nós não vivemos em Marte, vivemos na Venezuela e nos dói na Venezuela, por isso opinamos. Algumas pessoas querem que fiquemos na sacristia, mas estamos metidos nos bairros... Não estamos afastados do povo", precisou. Indicou que enquanto o país vive polarizado, "nossa mensagem não é pessimista; pelo contrário, é muito positiva".

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