21 de novembro de 2024 Doar
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Na mensagem à OIT, Papa Francisco condena que o trabalho escravo tenha se tornado moeda corrente

Imagem referencial. | Albert Backer (CC-BY-SA-3.0)

"É inaceitável que, em nosso mundo, o trabalho feito por escravos tenha se tornado moeda corrente. Isso não pode continuar!", exclamou o Papa Francisco na mensagem enviada ao diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, na qual exortou os países membros a unir esforços para acabar com o tráfico de pessoas, um horror que reduz suas vítimas ao estado de escravidão.

O Santo Padre dirigiu esta mensagem no marco da 103ª sessão da Conferência deste organismo em Genebra (Suíça), que se realiza até o dia 12 de junho de 2014 sob o tema "'Construir um futuro com trabalho decente", e no qual os trabalhadores, empresários e governos dos 185 estados membros discutirão sobre migração, políticas para o emprego, estratégias contra a informalidade e fortalecimento da convenção sobre o trabalho forçado.

"Esta Conferência se reúne em um momento crucial na história econômica e social, que apresenta  desafios para o mundo todo. O desemprego está se expandindo tragicamente as fronteiras da pobreza. Isto é particularmente desanimador para os jovens desempregados, que podem  facilmente sentirem-se desmoralizados, perdendo a consciência do seu valor e sentirem-se alienados da sociedade", expressou o Papa.

A este problema, assinalou, une-se o da migração. "já é considerável o número de homens e mulheres forçados a procurar trabalho longe de sua terra natal e é motivo de preocupação. Apesar de sua esperança de um futuro melhor, eles frequentemente se deparam com incompreensão e exclusão,  sem mencionar quando fazem a experiência de tragédias e desastres". Francisco indicou que estas pessoas frequentemente não acham "um emprego digno e se tornam vítimas de uma certa 'globalização da indiferença'. A situação deles os expõe a outros perigos, como o horror do tráfico de pessoas, trabalho forçado e escravidão".

"O tráfico de seres humanos é um chaga, um crime contra a humanidade. É hora de unir forças e trabalhar em conjunto para libertar as vítimas desse tráfico e  erradicar este crime que afeta a todos nós, desde as famílias à  Comunidade Mundial", expressou.

Nesse sentido, disse que é hora de reforçar "as formas existentes de cooperação e estabelecer novas formas de aumentar a solidariedade. Isto requer: um compromisso renovado com a dignidade de cada pessoa; uma implementação mais determinada de normas internacionais do trabalho", assim como "o planejamento para um desenvolvimento centrado na pessoa humana como protagonista central e principal beneficiária".

Do mesmo modo, indicou, requer-se de "uma reavaliação das responsabilidades das empresas multinacionais nos países em que atuam, incluindo as áreas de gestão de lucro e de investimento; e um esforço coordenado para encorajar os governos a facilitarem a movimentação de migrantes em benefício de todos, eliminando assim o tráfico de seres humanos e as perigosas condições de viagem".

"Uma eficaz cooperação nestas áreas será notavelmente facilitada pela definição de futuros objetivos sustentáveis de desenvolvimento", assinalou.

Na sua mensagem, Francisco afirmou que a Doutrina Social da Igreja apoia "as iniciativas da OIT, que se destinam a promover a dignidade da pessoa humana e da dignidade do trabalho".

Nesse sentido, alentou seus membros a "enfrentar os desafios do mundo de hoje, mantendo-se fiéis a esses nobres objetivos". "invoco a bênção de Deus sobre tudo o que realizais  para proteger e melhorar a dignidade do trabalho para o bem comum da família humana", concluiu.

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