24 de novembro de 2024 Doar
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Psiquiatra e ex-gay: as leis não podem mudar a realidade heterossexual humana

Richard Cohen. | Grupo ACI

As leis não podem mudar a realidade de que homens e mulheres se complementam, afirmou Richard Cohen, psicoterapeuta e ex-gay que apresentou na Espanha seu último livro 'Filhos gay, pais heterossexuais' no qual fala das 10 possíveis causas da homossexualidade nos filhos, como enfrentar em família a notícia e como lhes ajudar a restaurar a sua sexualidade, assim como alguns pontos para evitar e prevenir a atração pelo mesmo sexo entre os jovens.

Em declarações ao Grupo ACI, Cohen explicou que a rejeição e o ressentimento são dois dos principais pontos que se encontram por trás da atração pelo mesmo sexo. "O jovem não escolheu essa atração pelo mesmo sexo e se sente rejeitado por algo que não escolheu. Não digo que tenham nascido assim, porque cientificamente está demonstrado que não se nasce gay, mas sempre existem fatores ambientais, familiares ou de temperamento que fazem que uma pessoa desenvolva essa atração", precisa.

Amar na Verdade

Desta maneira o psicoterapeuta propõe 'amar na verdade'. "Explico no meu livro que amar estas pessoas sem as compreender é algo superficial e a verdade sem amor é dura. Por isso, necessitamos amor para lhes compreender, mas também verdade para lhes ajudar", afirma.

"Sentem-se rejeitados e doídos, e é compreensível. Por isso o que proponho é amá-los, escutá-los e apoiá-los porque suas amizades e suas relações não duram. Por isso nós temos que ser 'Deus com pele' para eles, e nos comportar com eles como Jesus e Maria o fariam. Isso é amor na verdade", assegura Richard Cohen.  

Durante alguns anos Cohen manteve relações homossexuais, entretanto hoje é heterossexual, está casado e é pai de quatro filhos. Além disso, assegura que em seus 20 anos como psicoterapeuta tratou a milhares e milhares de pessoas com atração pelo mesmo sexo não desejada e que a grande maioria deles agora são "felizes heterossexuais, casados e com filhos". "Minha terapia funciona, eu era homossexual, tive um companheiro durante três anos e tive namorados antes e depois dele. É claro que eu sei o que é a perseguição e a discriminação. Mas estou pedindo à comunidade homossexual o mesmo respeito que eles pedem que se tenha com o seu ponto de vista".

O autor de 'Filhos gay, pais heterossexuais' afirma que "no fundo do seu coração há ressentimento porque eles foram rejeitados por suas famílias, pela sociedade. Por isso é lógico que ajam assim" e para resolver temas mais controvertidos como o matrimônio ou a adoção por parte de casais do mesmo gênero o psicoterapeuta propõe "que cada família ou comunidade 'adote' a uma pessoa homossexual durante um ano para amar-lhe, apoiar-lhe incondicionalmente, independente se estiver disposto a mudar ou não, porque segundo seus próprios relatórios, as relações que mantêm não são longas e se duram é porque reconhecem ter tido outras relações paralelas".

E destaca a importância psicológica de que uma criança tenha um pai e uma mãe. "Psicologicamente uma criança precisa de uma representação masculina que vê no seu pai e uma feminina que vê na sua mãe para interiorizar uma identidade sexual".

Uma terapia em três passos

Cohen explica que a sua terapia se baseia em três pontos. O primeiro trata de compreender as razões que estão na base dessa atração. "Em todos os meus livros falo das 10 causas potenciais da homossexualidade, que servem para entender o que criou essa atração. E está baseada sempre em feridas no coração que não se resolveram e necessidades legítimas de amor que não foram satisfeitas nos primeiros anos de infância", assegura.

Um segundo passo é resolver essas causas que criaram a atração. "Pode estar motivado pela relação com seu pai ou com sua mãe, por ter sofrido algum tipo de abuso ou pressão de gênero. É necessário trabalhar estas causas para acabar com a raiva", diz.

O terceiro ponto da terapia também integra uma etapa na qual se trata de que os homossexuais interiorizem o amor de outro homem heterossexual, mas de uma maneira não sexual. "Quando se tira a dor, podem experimentar o verdadeiro amor de alguém do seu mesmo sexo. Um amor de amizade sincera que não tenha um componente sexual, mas sim de amizade".

Cohen também costuma colocar a Deus como parte do processo de cura. "Não digo qual Deus, porque o paciente pode ser cristão, judeu, muçulmano, hindu, embora também tenha trabalhado com ateus. Mas animo a uma crença espiritual de Deus, porque cientificamente aqueles que acreditam e rezam se curam antes. É uma questão biológica, os homens e as mulheres estão desenhados uns para os outros. A verdade é a verdade, podemos fazer as leis que quisermos, mas a realidade é que os homens e as mulheres estão desenhados uns para os outros".

Melhora do casamento e as relações com os filhos

Apesar das dificuldades e do boicote que tentaram fazer à publicação do seu último livro e a sua divulgação na Espanha e nos Estados Unidos, Cohen afirma que ainda hoje continuam chegando mostras de agradecimento pelo seu trabalho.

"Tive alguns problemas na hora de publicar o meu último livro nos Estados Unidos porque na editora receberam reclamações de algumas pessoas que se dizem católicas. Isto fez que o presidente da editora lesse o meu livro para decidir se o publicava ou não e me disse: 'É um livro incrível porque ajuda os pais a enfrentar muitos temas, não só a homossexualidade, mas também desordens alimentares, relações sexuais adolescentes, vícios às drogas e ao álcool…'", conta o autor.

Na sua recente visita à Espanha uma psicóloga que participou dos seus cursos sobre a homossexualidade lhe disse que depois das sessões tinha mudado o seu casamento e a relação com seus filhos. "Tinha vindo para aprender sobre a atração pelo mesmo sexo, e sempre digo aos meus clientes que se reafirmem, que façam exercícios. Mas desta vez o coloquei em prática com os meus filhos, comecei a dizer para eles 'você é adorável, estou orgulhosa de você, é um tesouro precioso, é a filha que sempre sonhei' porque nunca lhes havia dito isso de uma maneira tão clara. Minha filha ao escuta-lo estava radiante, quem não gostaria de escutar isso", disse a psicóloga.

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