22 de dezembro de 2024 Doar
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ONG Espanhola denuncia a pobreza e as desigualdades sociais do “país do futebol”

Imagem referencial. | Valter Campanato Agencia o Brasil (DC-BY-3.0-br)

Apesar da celebração da Copa do Mundo da FIFA 2014 e ser a sétima potência econômica do mundo, cerca de 18,6% de sua população, outros 40 milhões de pessoas, vivem na pobreza. Por isso Manos Unidas, um ONG espanhola ligada à Igreja católica, denuncia a situação de exclusão, injustiça e pobreza na que vivem milhões de brasileiros.

Em um comunicado, Manos Unidas (em português Mãos Juntas) reconhece os avanços e conquistas de políticas e programas públicos na vida de milhares de pessoas que se encontravam na pobreza extrema no Brasil, mas precisa: "não estamos satisfeitos com a realidade existente no país, e compreendemos as manifestações populares pacíficas que reivindicam, justificadamente, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e  políticas públicas eficazes que eliminem a miséria e garantam vida com dignidade para todos".

Apesar da grande riqueza natural e cultural que possui o Brasil, além do potencial econômico e de liderança na região, este continua sendo um dos países mais desiguais do mundo.

Segundo dados fornecidos por Manos Unidas,  20% da população mais rica goza de uma renda quase 22 vezes maior que o 20% das pessoas mais pobres; o 10% mais rico da população monopolizava o 44,5% dos lucros totais do país, enquanto que o 10% mais pobre só obtinha 1,1% do total.

Por isso reclama cinco aspectos essenciais para melhorar a dignidade de milhões de pessoas no país entre as quais inclui intensificar a Reforma Agrária abandonada nos últimos anos e que o Estado aposte de maneira decidida pela agricultura familiar e agroecológica, especialmente na região semiárida. A ONG também reivindica os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia diante de projetos extrativos que buscam apenas o interesse econômico sem tomar em conta a conservação do meio ambiente.

Manos Unidas também destacou a necessidade de superar os programas assistencialistas do governo brasileiro dos últimos anos e confrontar mudanças estruturais que garantam um futuro do desenvolvimento autônomo para os mais pobres do país. Da mesma forma, o Brasil deve colocar mais empenho em combater o tráfico de pessoas, o comércio sexual e a observância dos direitos das minorias étnicas.

Estas petições foram realizadas em um trabalho contínuo que Manos Unidas leva no Brasil há mais de 25 anos, financiando 1.012 projetos de Cooperação ao Desenvolvimento.

Com pesar, os responsáveis pela ONG católica recordaram que as obras realizadas para o Mundial de futebol previstas inicialmente em 800 milhões de euros, já superaram os 2.7 bilhões, cifra que supera os investimentos das Copas Alemanha e África do Sul juntas.

Na Igreja no Brasil, o país com mais católicos do mundo, a Igreja também criticou a administração pública por gastar milhões no mundial em vez de melhorar as condições de vida da população. Em concreto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) levantou um simbólico "cartão vermelho" ao governo pelos gastos excessivos que se realizaram para a Copa do Mundo do Brasil 2014 e pediram que o dinheiro público seja utilizado "prioritariamente, para a saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança".

Saiba mais sobre a iniciativa dos bispos brasileiros e baixe o folheto do cartão vermelho da CNBB em: http://www.acidigital.com/noticias/copa-do-mundo-brasil-2014-bispos-levantam-cartao-vermelho-ao-governo-por-gastos-excessivos-32923/

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