23 de novembro de 2024 Doar
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Diretor de hospital polonês é despedido por negar-se a praticar um aborto

Fotos: Flickr Suparna Sinha (CC-BY-SA-2.0 | Wikipedia Olek Remesz (CC-BY-SA-3.0)

A demissão de um dos melhores médicos da Polônia como diretor de um hospital em Varsóvia por negar-se a realizar um aborto gerou uma série de críticas no país.

"A instituição não encontrou nenhuma ruptura nos procedimentos ou normas do hospital" com a negação a praticar o aborto, assinalou ao Grupo ACI a representante de Vozes Católicas Polônia, Bogna Obidzinska, em 23 de julho.

"Sua decisão de não realizar um aborto estava perfeitamente dentro do marco da lei. Ele tinha esse direito de acordo à Lei de Liberdade de Consciência".

"A única razão pela qual o encontraram culpado foi por não ter dirigido a mulher a outra clínica abortista, algo que na verdade não estava dentro das suas obrigações porque ele não era o médico principal desta mulher".

Em 23 de julho o Dr. Bogdan Chazan foi demitido de seu cargo como diretor do Hospital da Sagrada Família de Varsóvia. Chazan foi despedido por negar-se a realizar o aborto de um bebê com má formação concebido em um procedimento de fecundação in vitro realizado em uma clínica de fertilidade.

Vozes Católicas, organização internacional dedicada a melhorar a representação católica nos meios de comunicação, apoiou numerosas petições a favor de Chazan, incluindo uma petição publicada no CitizenGo que obteve mais de 85 mil assinaturas.

A lei polonesa permite abortar bebês concebidos em estupros e aqueles com doenças mortais, mas considera a cláusula de consciência do país.

Entretanto, depois da negação de Chazan a realizar o aborto solicitado, o hospital foi multado com 23 mil dólares e o vice-prefeito de Varsóvia demitiu o médico com o argumento de que "não tinha utilizado a cláusula de consciência corretamente".

"É muito difícil dizer por que está acontecendo tudo isso, já que, trata-se de um médico bem-sucedido que nem sequer era responsável por essa mulher, ela só teve uma consulta com ele", lamentou Obidzinska, indicando que poderia existir "algum tipo de ciúmes entre as clínicas" devido ao sucesso de Chazan.

Segundo o relatório oficial realizado pelo comitê de Varsóvia, "o número de pacientes da instituição duplicou desde que Chazan foi nomeado diretor, faz 10 anos".

"Nos últimos doze anos, foi realizado apenas um aborto neste lugar e o número de cesáreas se reduziu (pelo menos) na metade, o que significa que a qualidade do atendimento médico no hospital deve ser verdadeiramente extraordinária".

"O bebê nasceu, a mulher está com boa saúde" e apesar do bebê ter falecido poucos dias depois do nascimento "o professor Chazan ofereceu um atendimento integral à mulher em uma unidade especial da clínica junto com atenção psicológica para ela e seu marido para que não se sentisse sozinha nessa situação".

"As pessoas, as mulheres em Varsóvia sabem perfeitamente que se querem abortar não devem procurar o Dr. Chazan. É algo que todos sabem", disse.

"Ele é famoso por fazer coisas extraordinárias com o fim de salvar vidas e também é conhecido por ter salvado vidas em situações onde outros médicos pensavam que as gravidezes terminariam naturalmente em uma tragédia", observou Obidzinska.

"Chazan salvou muitíssimos bebês. Se alguém for procura-lo para pedir um aborto, isto vai parecer inclusive uma provocação. Não posso acreditar que a mulher não sabia que ele se negaria".
 

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