22 de novembro de 2024 Doar
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Observador do Vaticano perante a ONU pede que não se repita no Iraque o genocídio de Ruanda

Dom Silvano Tomasi. | Flickr UM Geneva (CC-BY-NC-ND-2.0)

O Observador Permanente da Santa Sé perante a ONU, Dom Silvano Tomasi, exortou a comunidade internacional a atuar com decisão para deter as perseguições do Estado Islâmico no Iraque para evitar que aconteça um genocídio como o que aconteceu na Ruanda em 1994 com cerca de um milhão de vítimas.

"Vêm a minha mente as discussões que aconteciam enquanto acontecia a violência entre (as etnias) Hutu e Tutsi em Ruanda faz anos. Criou-se uma situação parecida à que estamos vendo hoje no norte do Iraque", advertiu em declarações à Rádio Vaticano difundidas em 13 de agosto.

Dom Tomasi recordou que em Ruanda tinham pessoas que perdiam a vida, pessoas fugindo da violência, "e a comunidade internacional discutindo sem tomar nenhuma medida concreta ou medidas adequadas. E durante todos estes anos que passaram, todos nos reunimos para comemorar o genocídio, fazendo a mea culpa por não ter atuado com decisão".

Nesse sentido, diante do que está acontecendo no Iraque, o representante vaticano recordou que o artigo 42 da Carta das Nações Unidas assinala "que a Comunidade Internacional tem a responsabilidade de proteger –também com a força- o que não pode ser feito pelo Estado local, pelas autoridades locais".

Este artigo indica que se as ações pacíficas, como são as diplomáticas ou econômicas, não conseguem restabelecer a paz ou conter os atos de agressão, o Conselho de Segurança "poderá exercer, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que seja necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais".

"Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações executadas por forças aéreas, navais ou terrestres de Membros das Nações Unidas", indica o texto.

O Prelado explicou que "está claro que 'pela força' é a solução definitiva, é o passo final". Dom Tomasi disse que o que ocorre no Iraque é que "há seres humanos cujos direitos fundamentais são pisoteados e as autoridades locais não podem intervir, portanto, o dever da comunidade internacional é protegê-los". Do mesmo modo, pediu bloquear qualquer ajuda ou financiamento ao Estado Islâmico.

Os combates continuam

No Iraque continuam enfrentando-se as forças curdas e iraquianas –com apoio aéreo americano-, contra os jihadistas do Estado Islâmico. Nesta quarta-feira, o Departamento de Estado dos EUA solicitou ao Pentágono enviar outros 300 soldados para ajudar a deter o avanço dos extremistas.

Por sua parte, a ONU iniciou uma operação de ajuda aos deslocados que já são mais de um milhão de pessoas.

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