ROMA, Sep 1, 2014 / 10:24 am
"Estamos em uma grande dificuldade. Na realidade estamos morrendo aqui, em um lugar onde há 70.000 cristãos refugiados", expressou o Pe. Benham Benoka, um sacerdote sírio-católico que se encontra em Ankawa, o bairro cristão de Erbil (Iraque), onde junto a outros sacerdotes e religiosas atendem cerca de 70.000 cristãos desabrigados por causa da perseguição.
Em um vídeo difundido pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Pe. Benoka indicou que os cristãos refugiados provêm de diversas zonas tomadas pelos jihadistas do Estado Islâmico (ISIS), como Qaraqosh e Mosul. "Estão refugiados aqui debaixo do sol com temperaturas de 45 graus na sombra", relatou.
O sacerdote indicou que no acampamento tiveram que instalar uma barraca para atender os doentes e todos os casos de epidemia que chegam. "Não sei de outros campos" de refugiados, mas "cremos que este está melhor que os outros", assinalou.
Do mesmo modo, relatou que "todos os voluntários que temos aqui são padres da Diocese de Mosul e padres de Erbil, Ankawa", assim como religiosas.
"Uma oração é muito importante para nós, para podermos fazer um serviço para todas as pessoas que estão em dificuldade. Nós aqui somos como a Cruz Vermelha. Estamos morrendo", expressou.
O Pe. Behanam Benoka escreveu recentemente ao Papa Francisco para contar-lhe sobre a trágica situação que enfrentam centenas de milhares de cristãos na região. O Santo Padre, conforme indicou o vice-diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, telefonou para ele confirmando a sua paternal e constante proximidade e as suas orações pela graça da perseverança na fé. Ao se despedirem, o Pontífice outorgou a sua bênção apostólica.
Acolher os refugiados
Por sua parte, na quinta-feira passada o Presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os emigrantes e itinerantes, Cardeal Antonio Maria Vegliò, lançou um apelo aos países da Europa para que acolham os milhares de refugiados iraquianos –cristãos e de outras minorias- que fogem para não serem assassinados e decapitados pelos jihadistas do Estado Islâmico.
Em declarações à Rádio Vaticano, o Cardeal disse que embora alguns países já tenham começado a receber refugiados, é necessário que a comunidade internacional tome ações concretas em favor destas milhares de pessoas e detenha o avanço dos jihadistas.
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