22 de novembro de 2024 Doar
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Meriam Ibrahim sobre o tempo em que esteve prisioneira: “Minha fé era minha única arma”

Meriam e seu esposo Daniel no dia do seu casamento

Meriam Ibrahim, uma jovem mãe católica absolvida há pouco da pena de morte no Sudão –após ser acusada falsamente de blasfêmia contra o Islã– concedeu uma entrevista na qual narrou sua experiência de ter sido presa por causa de sua fé no país africano e de ter dado à luz na prisão.

Em uma recente entrevista com Fox News, Meriam relatou que a experiência de ter sido encarcerada por causa de sua fé e de ser pressionada constantemente a converter-se à fé muçulmana "era difícil", mas "estava segura que Deus ia estar a meu lado". "Confiei apenas na minha fé e sabia que Deus ia estar comigo em todo momento e em qualquer situação", afirmou.

Meriam de 27 anos, tinha sido condenada à morte após ser acusada de renunciar ao Islã por três pessoas que fraudulentamente asseguraram ser seus irmãos e sua mãe. As autoridades islâmicas a condenaram ainda a 100 chicotadas pelo delito de adultério, pois seu matrimônio com Daniel Wani não era reconhecido sob a lei muçulmana.

"Deram-me o prazo de três dias e diversos imãs (clérigos muçulmanos) pressionaram-me para me converter. Confiei em Deus, minha fé era a única arma que eu tinha na confrontação com estes imãs. Ceder teria sido renunciar e isso não era uma opção, pois não é o certo. É meu direito viver a religião que eu escolha. Há muitas Meriams no Sudão e em todo mundo. Não sou apenas eu", disse a jovem mulher.

Meriam passou vários meses na prisão e teve que dar à luz sua segunda filha, Maia, em um centro médico dentro da penitenciária, e durante o parto ela seguia acorrentada pelas pernas.

Agora em New Hampshire nos Estados Unidos, onde vive agora com seu marido e dois filhos, Meriam recordou que ao princípio a Cônsul do país norte-americano no Sudão "não quis lutar pelo meu problema e passou a situação à ONU".

Depois de afirmar que ficou muito feliz quando a libertaram, Meriam contou: "foi triste deixar o Sudão, meus amigos, meu povo, minha família. Apesar de todas as circunstâncias difíceis, a gente se acostuma".

A jovem mãe indica ainda: "arrisquei minha vida pelas mulheres de Sudão. Sobre os cristãos, é bem sabido que são perseguidos e maltratados. Temem dizer que são cristãos, porque sabem que podem ser perseguidos. Inclusive, as autoridades muçulmanas oferecem pagar suas dívidas se eles se converterem ao islã".

"Nunca fui muçulmana, sempre fui cristã. É difícil que um muçulmano se converta, porque são condenados à morte se o fazem". Sobre seu futuro, esta jovem católica assinala: "eu gostaria de ajudar às pessoas do Sudão e da África, especialmente as mulheres e as crianças; e promover a liberdade religiosa".

Àqueles que em todo mundo rezaram por ela e expressaram-lhe o seu apoio, Meriam diz: "muito obrigado pela sua oração e suas orações. Ainda necessito da sua ajuda, sigam rezando por mim".

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