5 de novembro de 2024 Doar
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Ali Agca: 33 anos atrás ele atentou contra João Paulo II, agora pede reunir-se com o Papa Francisco na Turquia

Mehmet Ali Agca, o turco que no dia 13 de maio de 1981 tentou assassinar São João Paulo II na Praça de São Pedro, agora pediu um encontro com o Papa Francisco durante a sua visita à Turquia de 28 a 30 de novembro.

"Eu, Mehmet Ali Agca, quero me encontrar com o Papa durante sua visita", expressou o turco em uma carta enviada aos meios de comunicação, na qual ele aprecia a viagem que o Pontífice fará a seu país.

"Enquanto o mundo atravessa uma crise econômica, política e humanitária, o Papa, que esteve trabalhando para estabelecer a irmandade e a paz entre países vem à Turquia. Acredito que esta visita histórica ajudará o projeto da Aliança de Civilizações e o diálogo entre religiões", escreveu o turco.

Em 2006 Agca também pediu a Bento XVI que não viajasse à Turquia porque sua vida corria perigo. Entretanto, a visita do Pontífice transcorreu sem incidentes, seguido apenas de alguns protestos isolados de grupos islâmicos.

Mais adiante, em 2009 alguns meios espanhóis informaram que o turco se teria convertido ao catolicismo. Entretanto, seu ex-advogado duvidou desta conversão devido ao estado mental de Agca.

Ali Agca

Anos depois do atentado, em 27 de dezembro de 1983, São João Paulo II visitou Agca na prisão de Rebibbia, na Itália, onde o turco cumpria pena. Durante o encontro o Pontífice expressou seu perdão, tal como tinha manifestado anteriormente de maneira pública.

Entretanto, tal como revelou em 2011 o ex-portavoz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, da parte do turco não houve "pedido algum de perdão. Estava obcecado com o que tinha lido nos jornais. Só perguntou pelo terceiro segredo da Virgem da Fátima". Além disso Navarro Valls recordou que o Papa ficou muito surpreso pela atitude de Agca.

Posteriormente, no ano 2000 ele foi indultado pelo presidente italiano. Entretanto, ao chegar à Turquia foi novamente encarcerado pelas penas de outros vários delitos cometidos no seu país.

Finalmente em 2010 foi posto em liberdade e levado a um hospital militar para ser revisado e ver se podia servir no exército turco. Entretanto, um de seus advogados, Yilmaz Abosoglu, revelou à imprensa internacional que Agca foi encontrado mentalmente instável e foi eximido.

Em 2013 Agca publicou o livro "Prometeram-me o paraíso. Minha vida e a verdade sobre o atentado contra o Papa", no qual culpou o aiatolá Khomeini do Irã de ter ordenado o ataque. Esta afirmação foi desmentida pelo Pe. Federico Lombardi ao advertir que o turco reinventou a conversa que teve com São João Paulo II.

"Temos que acreditar em Agca desta vez? Eu acredito que não", escreveu o Pe. Lombardi em um texto difundido em 01 de fevereiro de 2013.

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