27 de dezembro de 2024 Doar
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Não acumular riquezas e sim usá-las para o bem comum, exorta o Papa

Foto Daniel Ibáñez | ACI Prensa

Em sua homilia na Missa que presidiu esta manhã na Casa Santa Marta onde reside, o Papa Francisco exortou os fiéis a viverem o espírito da pobreza, sem acumular riquezas e sim usá-las para o bem comum.

Meditando sobre a Igreja primitiva, nos Atos dos Apóstolos, e a forma que os cristãos compartilhavam seus bens, o Santo Padre disse que o fruto primordial do Espírito para aquela primeira comunidade cristã foi o da harmonia.

"A comunidade renascida ou aqueles que renascem no Espírito tem esta graça da unidade, da harmonia. O único que pode nos dar a harmonia é o Espírito Santo, porque ele também é harmonia entre o Pai e o Filho, é o dom que faz a harmonia. O segundo sinal é o bem comum, isto é: 'Não havia entre eles necessitado algum, ninguém considerava seu o que possuía', estava a serviço da comunidade. Sim, alguns eram ricos, mas a serviço. Estes são os dois sinais de uma comunidade que vive no Espírito".

Segundo afirma a Rádio Vaticano, o Pontífice explicou que uma comunidade cristã "demonstra que renasceu no Espírito Santo quando é uma comunidade que procura a harmonia, não a divisão interna; "quando procura a pobreza", "não o acúmulo de riqueza para si, porque as riquezas são para o serviço".

"Nesta segunda semana de Páscoa, durante a qual celebramos os mistérios pascais, nos fará bem pensar em nossas comunidades, sejam estas diocesanas, paroquiais, familiares ou tantas outras, e pedir a graça da harmonia que é mais do que simplesmente unidade – é a unidade harmônica, a harmonia, que é o dom do Espírito – de pedir a graça da pobreza – não aquela da miséria, da pobreza: o que significa? Que se eu tenho aquilo que tenho, devo administra-lo bem para o bem comum e com generosidade – e pedir a graça da paciência, da paciência".

O Papa se referiu logo a Ananias e Safira, que tentam "trapacear a comunidade". "Eles são os "padroeiros" dos benfeitores que se aproximam da Igreja, entram para ajudá-la e usá-la para os próprios negócios, não? Depois há as perseguições que foram anunciadas por Jesus. A última das bem-aventuranças de Mateus: 'Bem-aventurados quando vos injuriarem e vos perseguirem por minha causa. Alegrai-vos. E se leem tantas perseguições desta comunidade. Jesus promete isto, promete muitas coisas belas, a paz e a abundância: 'Tereis cem vezes mais com as perseguições'". 

Francisco afirmou em seguida que na "primeira comunidade renascida do Espírito Santo existe isso: a pobreza, o bem comum mas também os problemas, dentro e fora". Problemas dentro, como "aquele casal de negociantes e, fora, as perseguições". Pedro, contudo, diz à comunidade para que não se assombre diante das perseguições, porque é "o fogo que purifica o outro". E a comunidade renascida do Espírito Santo é purificada justamente "em meio às dificuldades, às perseguições".

Existe, portanto, um terceiro sinal de uma comunidade renascida: "a paciência em suportar: suportar os problemas, suportar as dificuldades, suportar as injúrias, as calúnias, suportar as doenças, suportar a dor" da perda de um ser querido.

Que o Senhor, concluiu o Papa Francisco, "nos faça entender que não somente cada um de nós recebeu no Batismo esta graça de renascer no Espírito, mas também as nossas comunidades".

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