20 de dezembro de 2024 Doar
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O Papa Francisco viaja à Bósnia, por que não visitará Medjugorje?

Imagem referencial | Viagem do Papa Francisco ao Brasil - Walter Sánchez (ACI Prensa)

O coordenador local da viagem do Papa Francisco à Bósnia-Herzegovina, que viria acontecer no próximo dia 6 de junho, disse que não incluirá uma visita à Medjugorje, o lugar onde supostamente a Virgem Maria teria aparecido, um tema que gerou a conformação no Vaticano de uma comissão investigadora que já concluiu seus trabalhos.

Dom Ivo Tomasevic, diretor de comunicações da viagem papal, disse ao Grupo ACI: "No dia 22 de maio o Santo Padre somente viajará à Sarajevo e não visitará a localidade próxima à fronteira com a Croácia, onde seis pessoas afirmaram ter visto a Mãe de Deus".

Dom Tomasevic disse: "Não sei se algum vidente estará presente na Missa que o Papa Francisco celebrará e no caso que alguma delegação de Medjugorje compareça ao evento, receberam a mesma atenção que qualquer outra pessoa".

Enzo Manes, editor da revista 'Medjugorje, a presença de Maria', disse ao Grupo ACI: "No dia 21 de maio me informaram que alguns videntes estarão na Missa".

Em seguida, o Cardeal Vinko Puljic declarou em 13 de maio numa coletiva de imprensa em Sarajevo: "A viagem do Papa Francisco não tem nada a ver com Medjugorje, nem com as supostas aparições marianas".

Sobre o tema das investigações realizadas pela comissão criada pelo Vaticano, concluídas em janeiro de 2014, o Cardeal afirmou: "Não posso falar disto, pois fiz parte desta comissão e devo guardar segredo".

A Comissão Internacional de investigação sobre Medjugorje reuniu-se pela primeira vez em 26 de março de 2010 e seus trabalhos foram estritamente confidenciais.

O relatório final é o resultado de aproximadamente quatro anos de trabalho, conformado por uma equipe de teólogos, médicos, psicólogos, mariólogos e líderes da Igreja na Bósnia e Croácia, dirigidos pelo Cardeal Camillo Ruini.

O Cardeal italiano recebeu o pedido do então Papa Bento XVI, necessitavam criar uma equipe de trabalho para esclarecer os acontecimentos do pequeno povoado da Bósnia-Herzegovina, lugar no qual seis de seus habitantes afirmaram ter presenciado aparições da Virgem Maria desde 1981, dando muitas mensagens a diferentes destinatários: aos próprios videntes, à paróquia de Medjugorje, à Igreja e à humanidade.

Os supostos videntes são Mirjana Dragicevic, Ivanka Ivankovic-Elez, Marija Pavlovic Lunetti, Vicka Ivankovic, Ivan Dragicevic e Jakov Colo.

Dentro dos membros da Comissão, além do Cardeal Camilo Ruini, estão cinco croatas que, como locais, seguiram os acontecimentos desde o começo: o Cardeal Vinko Puljic, Arcebispo de Sarajevo; o Cardeal Josip Bozanic, Arcebispo de Zagreb; o Pe. M. Nikic, doutor em Psicologia; o Pe. Franjo Topic, Doutor em Teologia e Historiador e a Irmã Veronika Nela, Doutora em Medicina e Professora de Teologia na Universidade Católica de Rijeka (Croácia).

O trabalho da Comissão incluiu entrevistas pessoais e exames médicos com os seis supostos videntes de Medjugorje, foram apresentados de maneira individual à Roma durante o estudo, e também foram entrevistadas outras pessoas envolvidas com a história.

Enquanto não for divulgada a decisão que o Papa Francisco possa tomar sobre este assunto, para o qual tem total autonomia e nenhum limite de tempo determinado, seguimos aplicando o pronunciamento oficial dos Bispos da antiga Iugoslávia, em 1991.

O mesmo foi dito em novembro de 2013 pelo recém-eleito Cardeal Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aos bispos dos Estados Unidos, através de um comunicado ao Núncio Apostólico nesse país, Dom Carlo Maria Viganó.

Segundo uma carta enviada por Dom Viganó às dioceses norte-americanas, "os clérigos e os fiéis não estão autorizados a participarem de reuniões, conferências ou celebrações públicas que forem realizadas por supostas aparições de Medjugorje".

"Como vocês bem sabem, a Congregação para a Doutrina da Fé está em processo de investigação de certos aspectos doutrinais e disciplinares do fenômeno de Medjugorje. Por esta razão, a Congregação afirmou: "É Necessário aceitar a declaração do dia 10 de abril de 1991, dos Bispos da ex-república de Iugoslávia que assinalando que segundo as bases da investigação realizadas, não é possível estabelecer que houveram aparições ou revelações sobrenaturais'", concluiu.

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