LAHORE, May 29, 2015 / 11:03 am
Um bando de muçulmanos atacou a comunidade cristã de Lahore, no Paquistão, logo que um jovem deficiente mental foi acusado de blasfêmia por ter queimado papéis nos quais supostamente havia versos do Corão.
Humayun Faisal Masih, no último 24 de maio, queimou alguns papéis no distrito de Sanda em Lahore, foi acusado por alguns muçulmanos e preso pela polícia por ter queimado partes do Corão. O fato provocou um ataque à comunidade cristã local e à igreja de São José.
Uma fonte local disse ao Grupo ACI no dia 27 de maio: "Alguns muçulmanos irados, armados com pistolas, entraram nas igrejas e residências cristãs… algo horrível e uma cena terrível de violência contra mulheres, crianças e idosos".
A polícia foi obrigada a usar gás lacrimogêneo e o bando islâmico atacou vários policiais.
A fonte disse também: "Aproximadamente 150 muçulmanos foram acusados pela violência e Humayun Masih está sob custódia policial. A cidade já está voltando à normalidade, mas o medo e o trauma mental permaneceram por muito tempo".
O Arcebispo de Lahore, Dom Sebastian Shaw disse à Organização Internacional católica 'Ajuda à Igreja que sofre' (AIS): "Logo que soube desta violência solicitei a ajuda de alguns líderes muçulmanos e políticos locais. Devido às suas intervenções a polícia conseguiu controlar o atentado à meia-noite. Foi a primeira vez que o governo conseguiu atuar a tempo".
Aproximadamente 97% do Paquistão segue a religião muçulmana. No país as leis anti-blasfêmias impõem punições radicais, que chegam à pena de morte para os que agridem de alguma forma Maomé ou o Corão.
O Dr. Shahid Mobeen, professor de história islâmica na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma declarou à AIS: "As leis anti-blasfêmia não se preocupam pela intenção do acusado. É importante considerar além disto, que somente 5% dos paquistaneses entendem árabe, ou seja, existe 95% que facilmente poderiam cometer blasfêmia sem sequer sabê-lo".
Outros casos
Em novembro de 2014 um casal de esposos cristãos, Shahzad e Shama Masih, foram queimados vivos, logo de serem acusados injustamente de profanar o Corão.
Um mês antes desde acontecimento a Corte de Lahore rejeitou o pedido de Asia Bibi, uma mãe católica também acusada de blasfêmia, presa injustamente há mais de seis anos, cuja saúde agora é delicada.
Em maio de 2014 um advogado que defendia um professor acusado de blasfêmia foi assassinado em Multan.
Em 2012 uma adolescente com síndrome de down foi presa e logo liberada sob acusação de blasfemar. Ela teve que fugir da sua casa com a família, devido às constantes ameaças que recebiam.
Em 2011, dois importantes políticos –o muçulmano Salmaan Taseer e o católico Shahbaz Bhatti– foram assassinados por que se opuseram às leis anti-blasfêmia.
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