8 de novembro de 2024 Doar
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Eutanásia: Governo da França e médicos “querem matar o meu filho”, declara mãe de Vincent Lambert

Vincent Lambert.

Viviane Lambert (70), mãe de Vincent Lambert, um homem de apenas 38 anos, que neste momento continua em estado de tetraplegia indefinidamente, denunciou o governo da França e os médicos que o atendem afirmando que já não podiam fazer nada e perguntaram se podiam desconectá-lo da sonda que o alimenta e hidrata, com o fim de transforma-lo em um caso emblemático que sirva para promover a eutanásia no país europeu.

Em entrevista exclusiva concedida ao Grupo ACI por telefone de Reims, onde ela e seu esposo alugaram um departamento perto do hospital no qual seu filho está internado, Viviane assinalou: "O governo e os médicos do meu filho querem desconectá-lo, porque querem que seja aprovada a lei da eutanásia na França. Eles aproveitam da situação de Vincent, o utilizam como um caso emblemático para que a eutanásia seja legalizada no pais. A lei ainda não foi discutida mas querem aprova-la. Eles se aproveitam do meu filho para fazer um escândalo".

Há alguns dias a família difundiu um vídeo no qual vemos que Vincent se mexe e reage a estímulos, para mostrar à sociedade que acha que ele está à beira da morte que ele segue vivo e consciente.

"Vincent está vivo, apesar do acidente que sofreu em 2008, está fazendo pequenos progressos em sua melhoria, como por exemplo comer papinha para bebê".

"Entretanto, os médicos querem desconecta-lo pois dizem que já não existe esperança de vida. Isso é eutanásia", declarou sua mãe.

"Houve reações positivas. As pessoas ficaram surpreendidas pois Vincent pode se mexer e está consciente. O vídeo causou muita comoção porque pensávamos que estava na cama quase morto. Mas não é verdade".

"Vincent – prossegue a mãe– não está em coma, sua família se preocupa por ele, mas um grupo quer desconecta-lo da sonda que o alimenta e hidrata, por isso nós fomos reclamar para que a justiça seja feita e não o matem".

 "Os médicos dizem que sua vida não tem sentido. Eles querem que morra, sempre nos dizem que já não tem sentido mantê-lo vivo. Mas eles não têm direito a dizer isso. Nós apoiamos Vincent e pedimos o apoio das pessoas para que o deixem com vida. Os médicos ainda não venceram esta batalha", prossegue o dramático testemunho de Viviane.

Vincent Lambert sofreu um acidente de trânsito em 2008, ocasionando um severo dano cerebral e desde este ano ficou em estado de tetraplegia indefinida. Embora os médicos do Hospital de Reims (França), informaram que mexe seus olhos e sente dor, em 2013 declararam que já não podiam fazer nada e pediram à família para desconectá-lo.

No último 5 de junho a Corte Europeia de Direitos Humanos com sede em Estrasburgo se pronunciou a favor da eutanásia de Vincent.

Seus pais, Pierre (86) e Viviane Lambert -católicos praticantes-, e dois dos oito irmãos estão contra a prática de uma "eutanásia encoberta"; enquanto sua esposa Rachel Lambert – que se mudou à Bélgica com a filha - e seus outros seis irmãos querem retirar a sonda, alegando que Vincent 'não quer viver dessa maneira'.

Viviane foi enfática com respeito a este tema e respondeu: "Ele nunca disse que não quer viver. Ela (a esposa) se contradiz".

Com relação as autoridades da França, esta mãe disse ao Grupo ACI: "Minha opinião sobre o Estado é muito negativa, especialmente sobre o poder da Esquerda. Eu pedi ao presidente da República (François Hollande) visita-lo, mas não fui recebida por ele. Escrevi meu livro titulado "Pour la vie de mon fils" (Pela vida do meu filho), enviei uma dúzia de cartas às autoridades, mas ninguém me respondeu".

"É contraditório. Eles não lutam pela verdade. Somente estão preocupados em manter uma boa imagem", denunciou Viviane.

Sobre as mulheres da esquerda francesa, ele afirmou: "Lutaram para legalizar o aborto na França. Querem deixar que morram as pessoas inocentes e inúteis para a sociedade. A França é assim. A Esquerda está fazendo muito dano ao pais. A Igreja acabou sendo prejudicada também".

A mãe de Vincent comentou ainda: "A minha família era unida: Os médicos a dividiram. Especialmente o Dr. Eric Kariger, anteriormente amigo da nossa família. Embora seja católico opinou que Vincent deve parar de sofrer e que seria melhor desconectá-lo".

"A luta para salvar a vida de seu filho é de todos os dias", assinala Lambert, especialmente porque tem duas doutoras que estão a favor de desconectar a sonda que o hidrata e alimenta. "É muito difícil, porque no hospital, no qual eu e meu esposo vamos todos os dias, as pessoas nos olham com rejeição o tempo todo e nos vigiam".

Antes do acidente, Vincent era um homem alegre, cheio de vontade de viver. Praticava esportes, era brincalhão. Era um bom homem, trabalhador. Casou-se jovem. Era cristão. Não era muito devoto, mas acreditava em Deus, foi batizado, ia à missa aos domingos. Era um homem profundo, gostava de ver o filme 'A Paixão de Cristo'. Ele o assistia sempre e chorava".

"Uma vez quando ele estava no hospital coloquei este filme e dava para ver no seu rosto que ficou comovido. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Acho que reconhecia a música e os sons", destacou Viviane durante sua entrevista.

"Meu filho reconhece minha voz porque quando entro no seu quarto e falo com ele, gira a cabeça para o meu lado. Somente faz isso comigo e fico muito contente. Nossa forma de comunicação é através do olhar. Nós falamos com ele e também o olhamos. Os olhares do Vincent são muito profundos demonstram como se sente. Está muito atento, me escuta e sei que ele compreende as coisas em silêncio".

Depois de assinalar que logo difundirão um novo vídeo, esta mãe abnegada comenta: "Meu filho é carne da minha carne, amor do meu amor. Por isso não posso abandona-lo. Se o abandonasse não poderia sequer me olhar no espelho. Meu filho é meu filho. Vou lutar por ele. Pois não seria uma atitude normal de uma mãe abandonar o seu filho".

Para concluir a entrevista, Viviane Lambert afirma: "Quero que compreendam nossa luta e que continuem trabalhando pela vida e que lutem por ela. Contra o aborto e a eutanásia. A vida é sagrada e temos que protegê-la porque é um dom de Deus. Só Deus a pode dar e tirar".

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