19 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo supostamente investigado pelo Vaticano recebe solidariedade de outros prelados brasileiros

Diário da Região (www.diariodaregiao.com.br)

Após as informações veiculadas por diversos meios de comunicação brasileiros de que o Bispo de São José do Rio Preto (SP), Dom Tomé Ferreira da Silva, passa por investigação encomendada pelo Vaticano, o prelado recebeu algumas manifestações de apoio. Entre elas, estão notas do Arcebispo de Ribeirão Preto (SP), Dom Moacir Silva, do Bispo de Campanha (MG), Dom Diamantino Prata de Carvalho, e também do Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Eduardo Vieira, em uma carta não-oficial da Arquidiocese.

De acordo com jornais de São Paulo e São José do Rio Preto, Dom Ferreira da Silva é acusado de abuso de dinheiro da Diocese, ocultar um relacionamento com seu ex-motorista, assediar moralmente membros do clero e de omissão ante denúncias contra sacerdotes.

Como foi noticiado por ACI Digital na semana passada, Dom Tomé se reuniu com o clero de Rio Preto e, logo após, foi lançada uma nota assinada pelo coordenador da Pastoral Presbiteral, Pe. Marcos Figueira, junto do assessor de comunicação, Pe. Marcio Tadeu Reiberti. Dias antes, o Conselho dos Consultores já havia emitido declaração de apoio ao Bispo.

Na sexta-feira, 26, o Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, lançou uma carta, na qual disse estar "de pleno acordo" com as notas emitidas pelos membros da Diocese de São José do Rio Preto.  No texto, ele declarou que acompanha "o sofrimento" de Dom Tomé, o qual afirmou ser "causado por acusações infundadas e já desmascaradas".

"Movido pela caridade fraterna e pela comunhão episcopal, manifesto minha solidariedade e apoio ao caro irmão, neste momento de dor, bem como o auxílio da minha oração", expressou Dom Moacir.

Sendo Dom Tomé Ferreira da Silva natural de Cristina (MG), cidade pertencente à Diocese de Campanha, também o Bispo desta região, Dom Diamantino Prata de Carvalho, OFM, publicou uma moção de apoio solidário, a qual assinou "em nome do clero e do povo". Ele classificou como "inverdades" as informações veiculadas e, diante disso, declarou: "vimos de público manifestar-lhe nossa solidariedade e o apoio de nossas preces".

Na Diocese de Campanha, Dom Tomé foi pároco em Boa Esperança, Heliodora, Natércia e Três Corações, além de professor, vice-reitor e reitor do Seminário Diocesano. Segundo a moção de Dom Diamantino, ainda hoje, Dom Ferreira da Silva é lembrado por ex-alunos como um "formador correto e professor honesto". Já em relação ao antigos paroquianos, disse que "o consideram um sacerdote digno, cuja fama e reputação são inquestionáveis".

Dom Diamantino foi nomeado para a Diocese de Campanha em 1998, passando a ser, então, Bispo do ainda Padre Tomé Ferreira da Silva, que foi nomeado Bispo em 2005. Sobre esse período em que conviveram, Dom Diamantino disse poder "testemunhar que ele sempre foi homem de caráter e sacerdote zeloso".

Como Bispo, Dom Tomé Ferreira da Silva foi auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, onde atuou como vigário na Região Episcopal Ipiranga. Em 2012, foi transferido para São José do Rio Preto. Frente às notícias sobre a investigação, alguns fiéis leigos e membros do clero da região da qual foi bispo na capital paulista, expressaram solidariedade ao prelado.

A primeira nota foi lançada em 26 de junho, com assinatura de leigos, diáconos, padres e também do Bispo auxiliar de São Paulo, Dom Eduardo Vieira, que foi nomeado para esta função em 2014 e tomou posse em fevereiro deste ano. Na ordenação episcopal de Dom Eduardo, em 7 de fevereiro, Dom Tomé foi um dos Bispos ordenantes.

Na nota de solidariedade, os membros da Arquidiocese paulista relembraram o período em que Dom Tomé passou por São Paulo e contaram terem sido cativados e orientados por ele a serem "pessoas honestas e participativas na vida da Igreja".

O texto foi concluído com uma citação semelhante a dada por Dom Ferreira da Silva a um jornal de Rio Preto quando, entrevistado sobre o caso, disse que: "A Igreja é mãe e mestra. Saberá discernir e avaliar". Eles escreveram na nota: "Por fim, em meio a boatos anônimos, acreditamos que a Igreja, 'Mãe e Mestra', saberá, à luz do evangelho, discernir e julgar tudo isso, mantendo sua fidelidade a Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida".

A última manifestação em favor do Bispo de Rio Preto foi divulgada na quarta-feira, 1º, por parte de presbíteros da Região Episcopal Ipiranga, da Arquidiocese de São Paulo. Eles externaram a solidariedade ao prelado e declararam: "Diante de seu sofrimento causado principalmente pela exposição de sua imagem numa mídia sensacionalista, queremos renovar nossa estima fraterna e nossa confiança em seu ministério".

Apesar de essas duas últimas notas partirem de pessoas que pertencem à Arquidiocese de São Paulo, a assessoria de imprensa da mesma Arquidiocese esclarece que não se trata de um documento oficial da Igreja local, e sim de iniciativas independentes.

Como publicado anteriormente, em reportagem de 14 de junho, o Diário da Região, um jornal de São José do Rio Preto, afirmou que o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, seria o encarregado de conduzir as investigações, as quais teriam sido pedidas pela Santa Sé. A assessoria da Arquidiocese paulista já havia informado que o Cardeal não comentará o assunto. Até o momento não foi revelada por fontes oficiais a existência de tal investigação.

A Redação de ACI Digital entrou em contato com a Diocese de São José do Rio Preto, a fim de ouvir Dom Tomé Ferreira da Silva sobre a investigação e seu conteúdo. Até o fechamento desta reportagem, não obteve respostas.

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