5 de novembro de 2024 Doar
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O Papa Francisco sobre presente de Evo Morales: É "arte de protesto" e "pode ser ofensivo"

Foto Alan Holdren | ACI Prensa

O Papa Francisco declarou aos jornalistas que o acompanharam durante o voo de volta à Roma que o Cristo sobre a foice e o martelo – presente do Presidente da Bolívia, Evo Morales –, pode ser considerado como "arte de protesto que, em alguns casos, pode ser ofensivo" e disse ainda que, para ele, "não foi uma ofensa" porque acredita na "boa vontade" do mandatário.

Ao ser perguntado sobre o que sentiu quando recebeu o presente do Presidente Morales durante seu encontro privado na cidade de La Paz, o Santo Padre disse: "Foi curioso, eu não sabia disto e não sabia que o Pe. Espinal era escultor e poeta, soube nestes dias. Foi uma surpresa para mim. Pode ser considerado como um tipo de arte de protesto".

"Por exemplo, em Buenos Aires, há alguns anos foi exibida uma amostra de um escultor argentino, bom e criativo, faleceu há algum tempo. Era 'arte de protesto' e eu me lembro que uma das esculturas era a de um Cristo Crucificado sobre um bombardeiro que estava acabando. Era uma crítica do cristianismo aliado com o imperialismo que bombardeia. Então, primeiramente, eu não sabia nada, mas posteriormente eu o qualificarei como 'arte de protesto' que, em alguns casos, pode ser ofensivo", disse o Pontífice.

Em terceiro lugar, prosseguiu, "o Pe. Espinal foi assassinado nos anos 1980. Era uma época na qual a teologia da libertação tinha muitos ramos. Um desses ramos defendia a análise marxista da realidade, e o sacerdote jesuíta pertencia a esta, fiquei sabendo disso, pois durante estes anos eu era reitor da faculdade de teologia e comentava-se a respeito deste tema. Quais eram os diversos ramos e quem pertencia a cada um deles".

O Pontífice recordou que, "durante esse ano, o superior geral da Companhia de Jesus mandou uma carta a todos os membros da Companhia sobre a análise da teologia marxista. Ele estava contrariado a este e disse: isto não vai, são coisas diversas, não é justo, não vão".

"Quatro anos depois, no ano 1984, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou o primeiro documento pequeno, uma primeira declaração que critica a teologia da liberação. Posteriormente, foi divulgada a segunda edição que abriu as perspectivas mais cristãs, estou simplificando, né? Ou seja, façamos a hermenêutica daquela época. O Pe. Espinal era um defendia a análise da realidade marxista e também da teologia usando o marxismo. Disto veio esta obra".

Em seguida, o Papa Francisco afirmou: "As poesias do sacerdote também eram deste gênero de protesto, mas era sua vida, seu pensamento, foi um homem especial, com tanta genialidade humana e que lutava. Ele tinha boas intenções. Fazendo uma hermenêutica como esta o compreendo. Para mim não foi uma ofensa, mas tive que fazer esta hermenêutica e quero dizer-lhes para que não existam interpretações".

Em relação ao destino da cruz, o Santo Padre contou: "Levo comigo a cruz. O Presidente Morales me deu duas condecorações, a mais importante da Bolívia e a outra é a ordem do Pe. Espinal, uma nova ordem. Jamais recebi uma condecoração, não me vem. Evo Morales o fez com tanta boa vontade e com o prazer de dar-me este presente e pensei: 'isto vem do povo da Bolívia e rezei para saber o que fazer com estas condecorações".

"Se as levo ao Vaticano irão parar ao Museu, terminará neste lugar e ninguém jamais as verá. Então pensei em deixa-las à Virgem de Copacabana, a padroeira da Bolívia. Mas o Cristo o levo comigo", concluiu o Papa Francisco.

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