26 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo fiel ao Vaticano desafia autoridades chinesas e aparece em público com anel e barrete

O Bispo de Zhouzi, Dom Wu Qinjing, ordenado com a aprovação da Santa Sé, mas não reconhecido pela Associação Patriótica Católica Chinesa, conhecida também como a Igreja Cismática por não reconhecer a autoridade do Papa, desafiou as autoridades chinesas ao vestir-se com barrete e anel em um ato público na catedral de sua diocese. Em algumas províncias da China a vestimenta clerical, a batina, a faixa, o anel e o barrete, está proibida em lugares públicos e a pena pode ser a prisão.

Conforme informou o jornal South China Morning Post, Dom Wu celebrou a Eucaristia vestido como sacerdote, mas utilizou um barrete roxo e o anel próprios da sua condição de bispo, diante dos fiéis para a inauguração de uma nova cruz na catedral de Zhouzhi. O ato foi encarado como uma afronta às autoridades do país que dispuseram a proibição das vestimentas clericais para os bispos.

Dom Wu foi ordenado bispo de Zhouzhi, na província do Shaanxi, pelo antigo Bispo de Xian, Dom Anthony Li Duan, no mês de outubro do ano passado, mas, sua nominação não foi publicada até a semana passada, pouco antes do falecimento do bispo Li Duan.

O jornal assinala também que vários candidatos a bispo da Associação Patriótica Católica Chinesa, para as dioceses de Hubei, Hebei e Mongólia Interior estão prontos e poderiam ser ordenados nos próximos meses, sem a aprovação da Santa Sé.  "Muitas dioceses na China estão sem bispo. Não podemos esperar que as relações com o Vaticano melhorem para as preenche-las", declarou a EFE Liu Bainian, Vice-presidente da Associação.

Caso sucedam estas ordenações, o fato agravaria ainda mais a tensa situação diplomática entre a Santa Sé e o governo de Pequim, pois, segundo o direito canônico somente o Papa pode nomear bispos mediante um decreto, tornando as ordenações episcopais feitas pela Associação Patriótica Chinesa ilícitas com pena de excomunhão para ordenados e ordenantes.

As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram aos clérigos estrangeiros.

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