SÃO PAULO, Aug 12, 2015 / 19:30 pm
A Igreja Católica se mobilizou em São Paulo (SP) e conquistou a retirada da ideologia de gênero do Plano Municipal de Educação (PME). O projeto foi votado na Câmara Municipal na terça-feira, 11, quando representantes da Igreja e fiéis manifestaram em frente ao prédio do Legislativo, a favor da família e contra tal ideologia.
Os vereadores paulistanos aprovaram em primeira votação, por 42 votos a 2, o texto do projeto que não inclui o termo "gênero". Mas, ainda haverá a votação em segundo turno, no dia 25 de agosto, podendo o texto sofrer alterações.
Católicos foram para a Câmara Municipal, onde expressaram sua opinião, com carro de som, faixas, camisetas. Entre eles estavam Padre Paulo Ricardo, Prof. Felipe Aquino, e o presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, Hermes Rodrigues Nery.
Grupos ligados ao movimento LGTB (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) também fizeram manifestação, defendendo a inclusão da ideologia de gênero no PME. Entre estes, segundo Hermes Rodrigues Nery, estiveram alguns "membros da Pastoral da Juventude". A Polícia Militar não divulgou estimativa sobre o número de manifestantes. Mas, de acordo com o presidente da Associação Pró-Vida e Pró-Família, a presença dos católicos era maior.
"Era evidente a maioria à frente do caminhão pró-família exibindo uma grande faixa a sua frente: 'Somos família', apoiados pelo vereador Ricardo Nunes (PMDB). O slogan muito representativo quando explicita 'família', no singular, com a expressão 'somos todos'. É fato que 'a família não é uma invenção humana, mas uma instituição exigida pela própria natureza', conforme explica o Dr. Jorge Scala, especialista no assunto, afirmando que 'a pretensão de substituir a família baseada no casamento heterossexual e indissolúvel com elemento fundante da sociedade historicamente já fracassou e voltará a falhar porque essa família é o húmus antropológico adequado para o desenvolvimento da personalidade de cada ser humano'".
Para Hermes Nery, a expressiva vitória no legislativo municipal paulista a favor da família "confirma que o povo rechaça toda e qualquer ideologia totalitária, por justamente estar contrária a ordem natural e objetiva da natureza, e cada um pressente o perigo de tal ideologia, por se voltar contra a verdade do que é ser humano, e também da liberdade e tudo o que dá dignidade à pessoa humana".
Após o resultado da votação, Prof. Felipe Aquino incentivou que se continue atento a essa questão. "Com Deus vencemos hoje por 42 a 2 na votação dos vereadores de SP contra a destruidora ideologia de gêneros. A luta continua, ninguém fuja", postou em seu Twitter.
O texto votado ontem é um substitutivo aprovado na quarta-feira, 10, pela Comissão de Finanças e Orçamento, a última antes de ir para o plenário. Os únicos a votar contra o plano do jeito como estava apresentado foram os vereadores Toninho Vespoli (PSOL) e Ricardo Young (PPS).
O Plano Municipal de Educação deverá ter validade de dez anos. O texto anterior que fazia referência à ideologia de gênero previa: propostas pedagógicas com conteúdo sobre sexualidade, diversidade quanto à orientação sexual, relações de gênero e identidade de gênero; políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero; preenchimento do nome social de alunos travestis e transgêneros no Censo Escolar; criação de protocolo para registro e encaminhamento de denúncias de violências e discriminações de gênero e identidade de gênero e a promoção contínua de formação da comunidade escolar sobre sexualidade, diversidade e relações de gênero.
O Professor Hermes Rodrigues Nery, perito em bioética, explicou também que "incluir a ideologia de gênero nas instâncias legislativas, visa intensificar o processo já em curso de desmonte de todas as instituições humanas, a começar pela família, primeira e principal de todas".
De acordo com ele "a consequência mais evidente de uma ideologia imanentista, que se volta contra a ordem natural e objetiva da natureza humana, é a da violência social. Por isso que estar nas ruas hoje, em defesa da família, é evitar tal violência, em defesa da humanidade de dada pessoa".
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