19 de dezembro de 2024 Doar
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Mídia inventa um Papa que não existe, adverte Bispo brasileiro

Alan Holdren / ACI Prensa

Diante das repercussões na mídia das últimas medidas anunciadas pelo Vaticano em relação ao perdão do aborto e aos processos de nulidade matrimonial, o Bispo de Palmares (PE), Dom Henrique Soares da Costa, advertiu que o mundo quer "pautar a fé dos católicos, inventando um Papa que não existe".

"É de um sensacionalismo vergonhoso e desinformado o modo como os meios de comunicação noticiam alguns fatos na vida da Igreja", postou em sua página no Facebook, na terça-feira 8.

Sobre o caso mais recente, que diz respeito ao documento publicado pela Santa Sé, na terça-feira, 8, que traz os elementos da reforma estabelecida para o processo de nulidade matrimonial, Dom Henrique esclareceu que a Igreja não anula casamentos, como declarado por meios de comunicação.

Após a divulgação do documento, diferentes veículos da mídia publicaram chamadas como "Papa simplifica procedimentos para anulação de casamentos", "Reforma do Papa Francisco permitirá anular casamento em 45 dias", "Papa Francisco facilita e barateia anulação de casamento na Igreja".

Em uma de suas postagens, Dom Henrique recordou: "a Igreja não anula matrimônios. Cristo não lhe deu este poder!".

Ele explicou que a Igreja apenas reconhece "que, sob certas condições, não houve realmente matrimônio. Aí, então, declara-se a nulidade daquele matrimônio que diante de Deus nunca existiu!".

"O matrimônio rato e consumado, todo nos conformes, continua e continuará indissolúvel e a Igreja sobre isto nada pôde fazer porque o seu Senhor e Mestre não lhe concedeu esta autoridade! Diante de Cristo todos somos discípulos: um só é o Mestre, um só o Guia, um só o Senhor!", afirmou.

O Bispo de Palmares sublinhou que as medidas tomadas pelo Papa são para que os processos de reconhecimento de nulidade sejam mais ágeis. Segundo ele, já se vinha buscando há algum tempo maneira de simplificar esses processos, sem macular a indissolubilidade do matrimônio.

"Resumindo: o Papa nada fez de extraordinário ou contrário à fé da Igreja", disse.

O prelado recordou, também, a abordagem feita pela mídia em relação à carta do Papa Francisco para o Ano da Misericórdia, através da qual o Santo Padre concede "a todos os sacerdotes no Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto a quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado".

Dom Henrique escreveu: "Primeiro a tolice de que agora o aborto seria um pecado menos grave para os católicos. Conversa! O aborto é pecado gravíssimo, é pecado mortal! Não entre na Vida quem tira a vida de um inocente!".

O Bispo explicou que "normalmente, o perdão para este tipo de pecado depende de algumas normativas dos Bispos" e que, no Ano da Misericórdia, o Papa permitiu que qualquer padre possa perdoar este pecado.

"Foi um belo gesto do Papa, exprimindo a largueza do perdão do Senhor para os que se arrependem sinceramente de pecado tão grave", assinalou.

Dom Henrique Soares concluiu lançando um alerta a todos os católicos. "Nunca nos esqueçamos: a Igreja é de Cristo, não de um Papa! O Papa é o primeiro guardião e testemunha da fé da Igreja, juntamente com os Bispos em comunhão com ele! Os católicos recordem sempre isto e estejam em paz!".

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