ATLANTA, Oct 2, 2015 / 17:00 pm
As autoridades do estado de Geórgia (Estados Unidos) aplicaram ontem a pena de morte a Kelly Gissendaner, mulher culpada por haver instigado o assassinato do seu esposo; e por quem o Papa Francisco pediu que fosse perdoada.
O pedido do Pontífice foi feito através do Núncio Apostólico nos Estados Unidos, Dom Carlo Maria Viganò, mas não foi aceito pela junta estatal de Indultos e Liberdade Condicional.
Gissendaner foi sentenciada à morte em 1997, logo depois ser declarada culpada por instigar o seu amante a fim de que matasse esfaqueado o seu esposo Douglas. A sentença foi dada às 12h27 do dia 30 de setembro.
Em uma carta remetida às autoridades em 29 de setembro, Dom Viganò escreveu que "como representante pessoal de Sua Santidade, Papa Francisco, nos Estados Unidos da América, faço um apelo urgente, de sua parte, para a comutação da pena de morte da senhora Kelly Gissendaner".
Dom Viganò citou as palavras do Santo Padre durante seu discurso ao Congresso dos Estados Unidos, através das quais reiterou seu desejo "da abolição mundial da pena de morte" e disse: "Estou convencido que este é o melhor caminho, porque cada vida é sagrada, cada pessoa humana está dotada de uma dignidade inalienável e a sociedade somente pode beneficiar-se na reabilitação daqueles que cometeram algum delito".
Os últimos momentos do Kelly
Durante os últimos anos, Kelly assegurou ter passado por uma profunda mudança em sua vida e ter encontrado a fé dentro da prisão. Isto a levou a estudar e graduar-se em Teologia durante o período que esteve presa.
Segundo a imprensa local, suas últimas palavras foram de carinho aos seus filhos e pediu à família de seu esposo que "saibam que sinto muito e sei que por minha culpa um bom homem perdeu a sua vida".
"Se pudesse trazê-lo de volta, se fosse capaz de mudar isso, teria mudado há muito tempo. Mas não (posso), sendo assim somente espero que encontrem paz", disse entre lágrimas minutos antes de lhe aplicarem a injeção letal.
Segundo testemunhas de sua execução, durante seus últimos minutos de vida Kelly cantou "Amazing Grace" ("Graça maravilhosa"), um popular hino cristão que faz menção à confiança no Senhor e suas bênçãos, apesar dos desafios e dores na vida.
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