REDAÇÃO CENTRAL, Oct 15, 2015 / 07:24 am
"Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa! Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta". Esta é provavelmente a frase mais conhecida no mundo de Santa Teresa de Ávila (1515-1582), celebrada hoje pela Igreja Católica.
Neste dia, é também encerrado o Ano Jubilar pela V Centenário de nascimento de Santa Teresa, que teve início em 15 de outubro do ano passado. Naquela ocasião, o Papa Francisco enviou uma carta ao Bispo de Ávila, Monsenhor Jesús García Burillo, sublinhando a importância da figura desta santa.
"Na escola da santa andarilha aprendemos a ser peregrinos. A imagem do caminho pode sintetizar muito bem a lição da sua vida e da sua obra. Ela entendeu a sua vida como caminho de perfeição pelo qual Deus conduz o homem, morada após morada, até Ele e, ao mesmo tempo, o põe em caminho para os homens", escreveu o Pontífice.
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de Ávila, na Espanha, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz de Ahumada.
Aos 20 anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de seu pai. Em sua biografia, diz que ela saiu de sua casa em uma manhã para entrar no mosteiro carmelita da Encarnação. Lá, viveu por 27 anos, com uma grande comunidade religiosa composta por cerca de 180 freiras, suportando e superando uma grave doença, que marcou sua vida.
Por volta dos 40 anos, Teresa sentiu o chamado que tem ficou conhecido como "experiência mística", o que mudou o curso de sua vida. Aos 47 anos, Teresa começou uma terceira fase, empreendendo sua tarefa de fundadora andarilha.
As carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro ardor, a princípios do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o menor pretexto, de sorte que o convento se converteu no sítio ideal para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente numerosas, o qual era causa e efeito da relaxação. Por exemplo no convento de Ávila havia 140 religiosas.
Santa Teresa empreendeu o desafio de levar a cabo a iluminada ideia de fundar uma comunidade mais reduzida e reformada. A Santa estabeleceu a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento carecia de rendas e reinava nele a maior pobreza; as religiosas vestiam rudimentares hábitos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso lhes chamou descalças) e estavam obrigadas à perpétua abstinência de carne.
Santa Teresa não admitiu no princípio mais que 13 religiosas, mas logo aceitou que houvesse 21. Em 1567, o superior general dos carmelitas, João Batista Loiro (Rossi), visitou o convento de Ávila e ficou muito satisfeito com o trabalho realizado ali pela Santa, assim que concedeu a esta plenos poderes para fundar outros conventos do mesmo tipo e até a autorizou fundar dois conventos de frades reformados (carmelitas comtemplativos).
Caracterizada por sua simplicidade, prudência, amabilidade e caridade, Santa Teresa tinha uma profunda vida de oração e, em obediência a seu confessor, porque ela não era uma pessoa culta e se expressava com um castelhano singelo, escreveu suas visões e experiências espirituais. Essas obras são agora um grande presente para a Igreja.
Os escritos de Santa Teresa sublinham, sobretudo o espírito de oração, a maneira de praticá-lo e os frutos que produz. Como a Santa escreveu precisamente na época em que estava consagrada a difícil tarefa de fundar conventos de carmelitas reformadas, suas obras, prescindindo de seu conteúdo e natureza, dão testemunho de seu vigor, laboriosidade e capacidade de recolhimento.
Escreveu o "Caminho de Perfeição" para dirigir a suas religiosas, e o livro das "Fundações" para animá-las e as edificar. Quanto ao "Castelo Interior", pode-se considerar que escreveu para a instrução de todos os cristãos.
Santa Teresa morreu nos braços da Beata Ana, em Alba de Tormes no dia 4 de outubro de 1582, pronunciando as palavras: "Sou filha da Igreja". Sua canonização se realizou em 1622. Foi proclamada doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970 pelo Papa Paulo VI.
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