22 de dezembro de 2024 Doar
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Se a Igreja é tão rica por que não vende seus tesouros? Responde o Papa Francisco

Papa Francisco (imagem referencial) | ACI Prensa

Durante a entrevista que concedeu à revista holandesa Straatnieuws, o Papa Francisco respondeu a uma das perguntas mais populares entre católicos e não católicos a respeito das riquezas da Igreja.

A entrevista foi feita por Marc, um homem de 51 anos, que não tem lar e vende a revista na cidade holandesa de Utrecht. Junto a ele estiveram Frank Dries – editor da revista – e os jornalistas Stijn Pantanos e Jan-Willen Astucia.

O entrevistador lhe recordou que "São Francisco escolheu a pobreza radical e vendeu também seu evangeliário" e lhe perguntou se como "Papa e Bispo de Roma, se sentiu, alguma vez, sob pressão para vender os tesouros da Igreja?"

A resposta do Papa Francisco foi clara: "Esta é uma pergunta fácil. Não são os tesouros da Igreja, mas são os tesouros da humanidade. Por exemplo, se eu amanhã digo que a Pietà de Michelangelo será leiloada, não é possível, porque não é de propriedade da Igreja. Está em uma igreja, mas é da humanidade. Isso se aplica a todos os tesouros da Igreja".

O Santo Padre recordou ainda: "Começamos a vender presentes e outras coisas que são dadas para mim. E os rendimentos da venda vão para Dom Krajewski, que é meu elemosineiro. E depois tem também a loteria. Há carros que foram vendidos ou cedidos em uma loteria e os recursos recolhidos utilizados para os pobres. Há coisas que se podem vender e essas se vendem".

Do mesmo modo, explicou que "se fizermos um catálogo dos bens da Igreja, se pensa: a Igreja é muito rica. Mas, quando foi feito a Concordata com a Itália em 1929 sobre a Questão Romana, o governo italiano daquele tempo ofereceu à Igreja um grande parque em Roma. O papa na época, Pio XI, disse: não, eu gostaria apenas de meio quilômetro quadrado para garantir a independência da Igreja. Este princípio vale ainda hoje".

"Os bens imóveis da Igreja são muitos, mas nós os usamos para manter as estruturas da Igreja e para manter muitas obras que são feitas em países necessitados: hospitais, escolas. Ontem, por exemplo, eu pedi para enviar ao Congo 50 mil euros para construir três escolas em lugares pobres; a educação é uma coisa importante para as crianças. Eu fui à administração competente, fiz este pedido e o dinheiro foi enviado", explicou o Santo Padre.

 

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