17 de dezembro de 2024 Doar
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Vatileaks: Vaticano também investiga os autores de livros

Foto Flickr Marco Gessani (CC-BY-NC-ND-2.0)

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, informou que a Magistratura Vaticana iniciou uma investigação aos jornalistas italianos que publicaram dois livros com documentos confidenciais do Vaticano, os quais foram roubados.

Em uma declaração divulgada ontem acerca do novo Vatileaks, Pe. Lombardi assinalou que "a Gendarmaria Vaticana, em qualidade de polícia judiciária, já havia assinalado à magistratura vaticana a atividade desempenhada pelos jornalistas Nuzzi e Fittipaldi como possíveis culpados do delito de divulgação de notícias de documentos reservados, previsto pela lei".

O texto indica que "na investigação iniciada, a magistratura adquiriu elementos evidentes do delito dos dois jornalistas que, por isso, estão sob investigação".

"Também estão sendo investigados algumas outras pessoas que, por razões de ofício, poderiam ter cooperado na aquisição dos documentos reservados", acrescentou.

Os livros

Há alguns dias foram apresentados em Roma dois livros. Um dos livros que mais chamou a atenção da imprensa é "Via Crucis", do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, autor do bestseller "Sua Santidade", o qual desatou o primeiro escândalo conhecido como "Vatileaks" em 2012 e terminou com a condenação do mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, por ter filtrado documentos a Nuzzi.

O segundo livro é "Avareza: Documentos que revelam a riqueza, escândalos e segredos da Igreja de Francisco", do jornalista italiano Emiliano Fittipaldi.

No começo deste mês, o Secretário da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, Mons. Lucio Angel Vallejo Balda, e Francesca Immacolata Chaouqui foram presos no Vaticano.

A investigação conduzida pela Gendarmaria e a Magistratura do Vaticano os identificou como os suspeitos do novo vazamento dos documentos confidenciais nos quais estão baseados os dois livros de Nuzzi e Fittipaldi.

Vallejo Balda continua preso, enquanto Chaouqui, que está grávida, foi liberada após ser interrogada e ter chegado a um acordo a fim de colaborar com a investigação. Ambos faziam parte da Comissão de estudo e orientação sobre a organização da estrutura econômico-administrativa da Santa Sé (COSEA).

Esta comissão foi instituída em julho de 2013, com o objetivo de avaliar os documentos e as contas do Vaticano e sugerir reformas a fim de melhorar a gestão financeira.

No último domingo, 8, depois de rezar o Ângelus na Praça de São Pedro, o Papa Francisco se pronunciou a respeito deste tema e disse que o roubo e filtração dos documentos "não me distrai certamente do trabalho de reforma que estamos realizando com os meus colaboradores e com o apoio de todos vocês".

"Sim, com o apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova através da oração e da santidade de todo batizado. Portanto, agradeço a vocês e peço que continuem a rezar pelo Papa e pela Igreja, sem se deixarem turbar, mas indo para a frente com confiança e esperança", exortou o Santo Padre.

Confira ainda:

Papa sobre o Vatileaks: Delito deplorável que não freará as reformas empreendidas

http://www.acidigital.com/noticias/papa-sobre-o-vatileaks-delito-deploravel-que-nao-freara-as-reformas-empreendidas-39408/

 

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