MADRI, Nov 17, 2015 / 09:10 am
Ángela Reina é esposa de Juan Alberto González, um dos espanhóis falecidos no ataque jihadista à casa de shows Bataclan de Paris. Ela se encontrava junto com seu marido dentro da sala e narrou como aconteceram os fatos e a tentativa de seu marido por protegê-la apesar de estar gravemente ferido.
"Escutei os disparos e todos nos jogamos no chão. Nós estávamos passando pelo centro da sala, um pouco à esquerda. Antes dos disparos, Juan Alberto estava na minha frente, por isso ao se atirar no solo, minha cabeça ficou perto de suas pernas, instintivamente, eu tentava cobrir minha cabeça", conta a esposa do espanhol falecido.
"Nesse momento não sabia onde ele estava mas estou certa de que ele sim sabia onde eu estava porque moveu suas pernas para que minha cabeça ficasse debaixo dele. Tentou me proteger, estou certa. Além disso, sentou-se um instante e me tocou, disse-me algo que não pude entender".
"Acredito que tenha dito meu nome, e vi que parecia desmaiado, incorporei-me e me deslizei sentada até ele, tentei segurá-lo em meus braços, vi que havia sangue e acredito que comecei a gritar, não recordo bem", recorda Reina.
Além disso a esposa de Juan Alberto González precisa que pouco depois "voltou a haver disparos e voltamos a nos jogar no chão e fiquei deitada em seu peito".
"Houve um momento no que alguns levantaram e correram, mas Juan Alberto não podia se mover, estava inconsciente e por isso não podíamos sair. Fiquei com ele até que chegou a polícia e disseram que tínhamos que sair. Quando notei que meu marido não podia se mover, que não me respondia, disseram-me outra vez que me tinha que ir embora, que se não saíamos os serviços de emergência não podiam intervir", explica.
"Levaram-nos para fora, na rua, a um pátio e depois não me deixaram voltar. Não me deixavam voltar, uma garota, Claire, chamava-se ela, disse-me que me tranquilizasse, que ele já deveria estar na ambulância e que o estariam curando e me ajudou a me lavar", conclui.
O ataque à Bataclan foi um dos seis acontecidos em Paris na sexta-feira, 13 de novembro, no qual morreram mais de cem pessoas.
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