24 de novembro de 2024 Doar
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Prefeitos na França lutam contra proibição de presépios em lugares públicos

Nascimento (referencial) / Crédito: Joan Grifols (CC-BY-NC-ND-2.0)

Vários prefeitos expressaram publicamente sua oposição a decisão da Associação de Prefeitos da França (AMF) contra a proibição de presépios em lugares públicos do país neste Natal.

Esta polêmica proibição foi discutida durante uma reunião dos prefeitos franceses cinco dias após os atentados do Estado Islâmico em Paris. Explicaram que com isto procuram "reafirmar nosso compromisso coletivo com os valores da República".

Baseado no artigo 28 da lei de laicidade de 1905, o qual proíbe "qualquer símbolo religioso ou emblema em lugares públicos", a AMF indica que a presença dos presépios é "incompatível com o laicismo".

A AMF, segundo 'Le Figaró', representa mais de 90 por cento dos 36 mil prefeitos e presidentes de departamentos, assinala ainda que "os funcionários eleitos, em concreto os prefeitos e seus adjuntos, devem adotar um comportamento pessoal neutro e secular ao exercer as suas funções e solicitaram que os funcionários, em sua ação pública, abstenham-se de mostrar suas crenças religiosas ou filosóficas.

Ante esta disposição, cerca de cinquenta parlamentares assinaram um pedido onde solicitam à AMF retratar-se e pedem aos cidadãos "rechaçar qualquer transposição".

"Compartilhamos o valor da laicidade na República, mas recusamos que se expresse em um sentimento antirreligioso", indicaram ao jornal L´Express.

Conforme informou o jornal espanhol ABC, Robert Ménard, prefeito de Béziers, é quem dirigiu o protesto contra a AMF. Recentemente, ganhou em um processo nos Tribunais, a fim de que se permitisse colocar um presépio na sua prefeitura.

Indicou à mídia que seu argumento para sair vitorioso no julgamento que teve foi recordar que o que está em jogo é uma tradição nacional francesa e que "a França tem uma cultura cristã".

Do mesmo modo, três prefeitos membros do Frente Nacional, dos municípios de Cogolin, Frejus e Luc-en – Provence, Marc-Etienne Lansade, David e Patricia Rachline Zirilli, respectivamente, protestaram em um comunicado enviado a AFP destacando que " não podemos abandonar todas as nossas tradições e cortar nossas raízes culturais", por isso já não querem "fazer parte de uma associação que com o pretexto de respeitar a laicidade e a cultura, pisa nas tradições do nosso país".

Por outro lado, Jean Sevilla, autor do livro "A França Católica", publicou um artigo no 'Le Figaro' onde indica que a tradição dos presépios está impregnada na memória do povo francês, dos quais 56% se declara católico, enquanto 8% da população professa o Islamismo.

Em seguida, disse que apesar de estes números terem diminuído durante os últimos anos, a França "continua sendo predominantemente católica" e, ao rechaçar os presépios, está negando "sua própria alma" e esta decisão "não resolverá o problema com os muçulmanos".

Considerou que para ganhar uma guerra, devem reafirmar os valores tradicionais, sobretudo os "sagrados" e no futuro precisaram de uma "França católica".

 

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