Lima, Dec 10, 2015 / 16:20 pm
Os mártires assassinados pelo grupo terrorista Sendero Luminoso no Peru e beatificados no último 5 de dezembro em Chimbote, ao norte do país, são exemplo de alegria e fortaleza, recordou o Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, Cardeal Juan Luis Cipriani, na Missa de Ação de graças que presidiu no dia 8 de dezembro na Catedral da capital peruana.
Na cerimônia estiveram presentes as relíquias dos três mártires beatos, assim como delegações de sacerdotes e fiéis da Itália e da Polônia, seus países de origem.
Os sacerdotes Alessandro Dordi, Miguel Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski foram assassinados pelo grupo Sendero Luminoso em 1991, na região de Ancash, ao norte do Peru, a poucos quilômetros da cidade de Chimbote. Conforme confessou o fundador do grupo terrorista de corrente marxista, Abimael Guzmán, eles decidiram assassiná-los porque seu trabalho evangelizador era um obstáculo para a doutrinação comunista.
O Pe. Dordi nasceu na Itália, enquanto que os presbíteros Miguel e Zbigniew, franciscanos conventuais, chegaram ao povoado andino de Pariacoto, provenientes da Polônia.
O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, enviado especial do Papa, beatificou aos mártires em 5 de dezembro, ante uma grande multidão reunida no Estádio Centenário do Chimbote.
Na Missa de 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Concepção, o Cardeal Juan Luis Cipriani assegurou que "é para a Igreja no Peru, da Polônia e da Itália motivo de gozo o exemplo destes filhos que deram e dão sua vida na sociedade".
"Hoje elevamos nossa ação de graças por seus filhos Senhor e por todos os sacerdotes poloneses, uns pertencentes à congregação dos Frades Menores Conventuais e aos sacerdotes italianos da diocese de Bérgamo. A quantos de vocês vieram igual que eles para semear a fé e a missão, obrigado!", expressou.
O Cardeal destacou que aos hoje beatos "o amor a Deus os fez deixar suas terras, uns trabalhando na comunidade de Pariacoto e o padre Sandro na paróquia do Senhor Crucificado da Santa".
"São um exemplo de alegria e de fortaleza", sublinhou o purpurado.
O Cardeal Cipriani, antes de exercer seu trabalho pastoral em Lima foi Arcebispo de Ayacucho, região montanhosa ao sul do Peru, centro das atividades terroristas do Sendero Luminoso desde sua criação em 1980.
"Nessa época um saía da casa dizendo ao Senhor: 'não sei se voltarei'", recordou.
Seguindo o modelo dos primeiros mártires peruanos, o Arcebispo de Lima concluiu afirmando que "todos temos que viver o martírio diário de morrer ao pecado, de morrer à soberba e de amar cada dia mais a Jesus".
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