18 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco: um bispo que troca um sacerdote abusador de paróquia deve renunciar

Francisco | Alan Holdren (ACI Prensa)

Uma das perguntas que fizeram ao Papa Francisco na coletiva de imprensa no avião que o levou do México a Roma se referiu ao tema dos abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero. Esta foi a resposta do Santo Padre.

Pergunta: O tema da pedofilia, como sabe, tem raízes muito perigosas no México, muito dolorosas. O caso de padre Maciel deixou fortes sinais, sobretudo nestas vítimas. As vítimas continuam a sentir-se não protegidas da Igreja; muitos deles continuam a ser homens de fé, e alguns até mesmo seguiram o sacerdócio. Pergunto o que pensa deste tema, se em qualquer momento pensou em encontrar as vítimas e, em geral, esta ideia que aos sacerdotes, quando são descobertos por um caso desta natureza, sejam somente trocados de paróquia e nada mais. Como vê este tema? E muito obrigado.

Resposta: Bem, começo da segunda. Um bispo que troca um sacerdote de paróquia quando se reconhece um caso de pedofilia, é um inconsciente, e o melhor que pode fazer é apresentar sua renúncia. Claro? Segundo, voltando ao caso Maciel. E aqui, me permito de prestar homenagem ao homem que lutou em momentos em que não tinha a força para se impor, até que não conseguiu se impor: Ratzinger. O cardeal Ratzinger – um aplauso para ele!

É um homem que teve toda a documentação. Quando era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, teve tudo em suas mãos, fez investigações, obteve, obteve, obteve..., mas não pode guiar a execução. Porém, se vocês recordarem, dez dias antes de morrer, São João Paulo II – naquela Via-Sacra da Sexta-feira Santa – disse a toda a Igreja que era preciso limpar as "porcarias" da Igreja, as imundícies. E a Missa "Pro Eligendo Pontefice" – não é um bobo, sabia que era um candidato – não usou máscaras e disse exatamente a mesma coisa. Ou seja, foi o corajoso que ajudou tantos a abrir esta porta.

Assim quero que vocês recordem dele porque, às vezes, nos esquecemos deste trabalho escondido, daqueles que prepararam a estrada para desvelar esta página.

Terceiro, estamos trabalhando bastante. Com o cardeal secretário de Estado, estamos conversando, e também com o grupo dos novos cardeais conselheiros que, podem ouvir, decidiram nomear um terceiro secretário adjunto à Doutrina da Fé, para que se ocupe somente destes casos. A Congregação, de fato, não é suficiente com tudo aquilo que deve ser feito. Portanto, que saiba administrar isto. Além disso, foi constituída a Corte de Apelação, presidida por mons. Scicluna, que se está ocupando dos casos em segunda instância, quando se recorrer. O primeiro recurso, de fato, é feito pela "feria quarta" da Doutrina da Fé – líamos – reúne-se na quarta-feira.

Quando há o recurso, volta-se à primeira instância e isto não é justo. Então, o segundo recurso, perfeitamente legal, já com o advogado de defesa. Mas é preciso apurar porque temos tantos atrasos nos casos, porque aparecem casos. Quarto, sobre outra coisa sobre a qual se está trabalhando muito bem é a Comissão para a tutela dos menores.

Não é rigorosamente fechada aos casos de pedofilia, mas à tutela dos menores. Ali, me reuni com uma inteira manhã com seis dos integrantes – dois alemães, dois irlandeses e dois ingleses: homens e mulheres, abusados, vítimas, não, e me reuni conta tantas vítimas... onde foi? No Equador? (Em Filadélfia). Em Filadélfia, me desculpem! Em Filadélfia! Também lá, uma manhã, tive um encontro com as vítimas e sei que se está trabalhando.

Mas eu agradeço a Deus que esta página tenha sido revelada, e é preciso continuar a revelá-la, e tomar consciência. E, por fim, quero dizer que é uma monstruosidade, porque um sacerdote é consagrado para levar uma criança a Deus e lá se "aproveita" dela como em um sacrifício diabólico, destruindo-a.

Bem, no que diz respeito a Maciel, voltando à Congregação, foi feito uma intervenção, e hoje a Congregação, o governo da Congregação, fez uma "semi-intervenção". O Superior geral é eleito pelo Conselho, pelo Capítulo Geral, mas o Vigário é eleito pelo Papa. Dois conselheiros gerais são eleitos pelo Capítulo Geral e outros dois são eleitos pelo Papa, de modo tal que se ajude a controlar a história precedente.

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