21 de novembro de 2024 Doar
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Liberdade de expressão deve ser compatível com relação à fé, diz Arcebispo de Barcelona

Dom Juan José Omella | Wikipédia Zajano (CC-BY-SA-3.0)

O Arcebispo de Barcelona, Dom Juan José Omella, publicou recentemente uma carta no jornal 'La Vanguardia' – o mais vendido na Catalunha –, na qual rechaçou o Pai Nosso blasfemo que a poetisa Dolors Miquel leu ao receber o prêmio da Cidade Condal.

"Eu gostaria de romper o silêncio que mantive durante estes dias, para não alimentar uma controvérsia política que, indiretamente, tornasse maior a ferida que produziu em milhares de cidadãos de Barcelona o fato de que se programasse em um ato público, organizado pelo consistório, a leitura de um poema que parafraseia a prece central dos católicos", assegurou o Arcebispo de Barcelona.

Dom Omella afirmou que "o Pai Nosso é a prece dos simples, daqueles que entregam o seu coração e confiam no Pai no Céu. É a prece dos limpos de coração, dos que procuram a justiça, dos que aceitam as próprias limitações e depositam suas esperanças com uma dependência amorosa no Deus que nos ama".

Recordou que, "ante os fatos ocorridos nestes dias, já manifestei que 'às vezes a melhor resposta é calar', o mesmo silêncio que Jesus manifestou diante do Sinédrio. Responder a provocação com o silêncio é uma forma de tomar distância diante do despropósito".

"Tomada esta distância, devemos recordar que o respeito pela liberdade de expressão e criação é um valor incontrovertível em nossa sociedade, reconhecido no artigo 20 da Constituição", assegurou o Arcebispo.

"Mas, ética e moralmente pode ser questionável o fato de que uma obra artística que é ofensiva para um grupo de pessoas seja incluída no programa de um ato oficial organizado por um Consistório que representa o mundo inteiro", precisou.

Nesse sentido, recordou que a defesa da liberdade de expressão "tem que ser compatível com o respeito pela fé religiosa das pessoas" e destacou que "agora mais do que nunca, a liberdade religiosa é um aspecto fundamental que pulsa o grau de civilização de nossas sociedades plurais. A Igreja não é nem quer ser um agente político, mas tem um profundo interesse pelo bem da comunidade política, cuja alma é a justiça".

"A Igreja continua oferecendo à sociedade, com generosidade e perseverança, o compromisso pelo bem comum que, quando está inspirado no testemunho da caridade, tem um valor superior ao compromisso meramente secular e político", insistiu e pediu que os políticos "preservem a liberdade religiosa como algo que pertence a todos e que corresponde a todos preservá-la".

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