21 de novembro de 2024 Doar
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Para Dom Odilo, atual crise revela certa fragilidade do governo

Dom Odilo Pedro Scherer | Facebook de Dom Odilo

Um momento político de preocupação e delicado. Assim o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, classificou o atual contexto vivido pelo Brasil, durante entrevista coletiva concedida na quinta-feira, 18, e vídeo divulgado em seguida em sua página no Facebook.

Ao receber a imprensa na Cúria Metropolitana no tradicional encontro para falar das celebrações da Semana Santa, o Arcebispo também comentou a crise política nacional e a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

Lula foi empossado ministro-chefe da Casa Civil na manhã de quinta-feira, 18. Entretanto, minutos depois da cerimônia, uma decisão liminar do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu a nomeação. Esta suspensão foi derrubada na noite de ontem pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Cândido Ribeiro. Mesmo assim, o ex-presidente ainda não pode exercer sua nova função, porque outra decisão da juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, também o suspendeu do cargo.

"Eu vejo o atual momento político brasileiro com preocupação visto as situações que se criaram de incertezas, de instabilidade, até de manifestações com certo risco de violência – que graças a Deus até aqui foram muito contidas", expressou o Purpurado.

Para Dom Odilo, esta crise é, por um lado, "fruto do acirramento das posições políticas" e, por outro, resulta "das investigações sobre fatos de corrupção, de desvios, de finalidade na administração pública".

Este cenário, conforme assinala, "vai criando uma situação de descredito, de indignação".

O Arcebispo expressou ainda ter a impressão de que o atual momento "revela certa fragilidade do atual governo, inclusive em decisões importantes a tomar". Como exemplo, citou nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil.

"Evidentemente, a presidente Dilma e seus assistentes têm todo o direito de tomar suas decisões, porém, a sociedade está vendo com olhares diferentes esta decisão", declarou o Cardeal, para quem esta "não foi a melhor coisa a se fazer" no atual "momento da história e do governo que estamos vivendo".

Em meio à esta crise, porém, Dom Odilo destacou como "um fato certamente promissor" o "amadurecimento político das instituições brasileiras, do sistema democrático e até mesmo da população brasileira".

"A população brasileira está com vontade de falar, de participar. Ela não está alheia, não está apática à situação política. E isso é bom, é sinal de um crescimento da consciência política e da consciência democrática, inclusive com as manifestações, digamos, de diferentes tendências, mas no devido respeito também à ordem legal, democrática e pública".

Por outro lado, pontuou como positivo também a forma como as instituições estão lidando com tal situação, de maneira "firme, atravessando essa crise com maturidade, lutando pela isenção e pela autonomia dos poderes democráticos da República e tentando exercer, cada uma, a sua função".

"Isso – avaliou o Cardeal – sem dúvida é fundamental para a normalidade democrática e para garantir a ordem democrática no futuro".

Por fim, Dom Odilo expressou seus votos de que o "Brasil consiga superar, amadurecido, este momento de crise e também a crise econômica, que está pesando já bastante fortemente sobre a população, possa também encontrar uma solução".

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