VATICANO, May 10, 2005 / 13:43 pm
A Santa Sé alentou às Nações Unidas a reconhecer “a natureza trágica e devastadora da guerra” e fazer tudo quanto for possível para que o mundo não volte a padecer uma catástrofe como a Segunda guerra mundial.
O observador permanente da Santa Sé ante as Nações Unidas, Dom Celestino Migliore, dirigiu-se a LIX sessão da Assembléia Geral da ONU em Nova Iorque, que comemora o 60º aniversário do final da Segunda guerra mundial.
"Não cabe dúvida que se tratou de um terrível conflito e que é ao mesmo tempo saudável e judicioso recordar que foi a pior das diversas catástrofes mundiais desencadeadas pelo homem, que fizeram do século XX um dos mais amargos conhecidos pela humanidade. A responsabilidade diante de catástrofes como aquelas nos exige algumas considerações", indicou.
Segundo o Arcebispo, “uma das causas da Segunda guerra mundial foi a exaltação do estado e da raça e a orgulhosa auto-suficiência da humanidade apoiada na manipulação da ciência, a tecnologia e a força”.
“O império da lei já não era um veículo para a aplicação da justiça. Em segundo lugar, inclusive aceitando que, em algumas circunstâncias, o uso da força, limitado e estritamente condicionado, poderia ser inevitável para cumprir a responsabilidade de proteger a todos os estados e à comunidade internacional, não deveria economizar-se esforço algum para chegar a soluções pacíficas", explicou.
Dom Migliore advertiu que "o reconhecimento da natureza trágica e devastadora da guerra nos urge a pôr em tela de juízo não só se a guerra pode ser legal e legítima mas acima de tudo, se pode ser evitada".
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