21 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo do Iraque: verdadeiros muçulmanos devem pedir perdão às vítimas do Estado Islâmico

Dom Bashar Matti Warda. | Captura de tela

Dom Bashar Matti Warda é arcebispo caldeu de Erbil (Iraque) e por ocasião da visita de um grupo de voluntários da plataforma CitizenGo, quis expor suas impressões a respeito dos conflitos do Ocidente com o Estado Islâmico (ISIS) e as diferenças destes com o verdadeiro Islã. Para o arcebispo aqueles que praticam o verdadeiro Islã devem pedir perdão às vítimas do Estado Islâmico.

Warda afirmou ao editor do CitizenGO em espanhol, Luis Losada, que em diversas ocasiões se reuniu com líderes de outras igrejas, inclusive representantes muçulmanos. Explicou que para eles, as ações terroristas perpetradas pelo Estado Islâmico não representam o Islã. Entretanto, ele considera que os vídeos publicados pelo ISIS sempre estão vinculados aos versículos do Corão ou textos relacionados com a história do Islã.

Por isso, o arcebispo destacou que não basta condenar as ações terroristas que realizam, como fazem estes líderes, mas "necessitamos declarações que peçam um autêntico perdão às vítimas do ISIS", pois o Estado Islâmico "está cometendo todos seus crimes em nome do Islã, em nome de Alá" e se houver alguém que acredite no verdadeiro Islã, "pedirá perdão às vítimas".

Além disso, está convencido de que se houver este perdão, a próxima geração entenderá que estes acontecimentos não devem repetir-se. "Este perdão representa uma autêntica oportunidade, um passo muito importante para formar as futuras gerações a fim de que não cometam estes crimes novamente", confirma Warda.

Alguns chamavam de limpeza étnica, na verdade vive-se um extermínio de 125.000 cristãos

Dom Warda advertiu também que o trabalho da Igreja deve ser "ajudar os cristãos para que vivam com dignidade, permaneçam na região de Mossul e se Deus quiser regressem em breve". Considera importante reconstruir estes povoados o mais rápido possível e recomecem uma vida normal, a fim de que também, "possam continuar contando a história, pois cometeram um genocídio contra os cristãos".

Somente denominando-o como tal, a sociedade europeia e americana estará disposta a reconhecer estes acontecimentos como o que são: "Alguns o qualificavam de limpeza étnica, mas atualmente dizemos que isto se trata de um extermínio de 125.000 cristãos. Foi uma verdadeira matança, que roubou o passado, a herança, a história e matou o futuro, deixando-os mais do que mendigos, sem nada".

Ao terminar, o arcebispo aconselhou que o Ocidente "continue com as pressões aos países e governos envolvidos com o que ocorreu aos cristãos e yazidis, contando a história e é obviamente ajudando aos cristãos que permaneçam".

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