25 de novembro de 2024 Doar
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Papa Francisco: peçamos a Deus que nos ajude a romper a dureza de coração

Papa Francisco na Santa Marta | L'Osservatore Romano

Na Missa que presidiu na manhã de hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco exortou a superar a insensatez e a dureza de coração que impede de compreender e abrir-se à Palavra de Deus.

O Pontífice centrou sua reflexão na primeira leitura, extraída do Livro dos Atos dos Apóstolos, segundo a qual os doutores da lei acusam Estêvão com calúnias porque não conseguem "resistir à sabedoria e ao espírito" por meio da qual fala. Instigam a falsos testemunhas para que digam que ouviram "pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus".

Estêvão, afirmou o Papa, termina como todos os profetas, termina como Jesus. Isso se repete na história da Igreja. "A história nos fala de muita gente que foi morta e julgada, não obstante fosse inocente. Julgada com a Palavra de Deus, contra a Palavra de Deus. Pensemos na caça às bruxas ou em Santa Joana D'Arc, em muitos outros que foram queimados e condenados, porque não se ajustaram, segundo os juízes, à Palavra de Deus".

"É o modelo de Jesus que, por ter sido fiel e obedecido à Palavra do Pai, termina na cruz. Com muita ternura, Jesus diz aos discípulos de Emaús: 'Ó tolos e tardos de coração'".

"Peçamos hoje ao Senhor para que, com a sua ternura, olhe as pequenas e grandes tolices de nosso coração, nos acaricie e diga: 'Ó tolos e tardos de coração' e comece a nos explicar as coisas", exortou o Santo Padre.

Conforme assinala Rádio Vaticano, Francisco explicou que "o coração fechado à verdade de Deus fica preso somente à verdade da lei", ou melhor, "mais do que pela lei, pela letra" e "não encontra outra saída a não ser a mentira, o falso testemunho e a morte". Jesus já os havia repreendido por esta atitude, porque "seus pais tinham matado os profetas" e eles, agora, construíam monumentos a esses profetas.

A resposta dos "doutores da letra" é mais "cínica" do que "hipócrita": "Se nós estivéssemos na situação dos nossos pais, não teríamos feito o mesmo".

E "assim – explicou o Papa – se lavam as mãos e se julgam puros diante de si mesmos. Mas o coração está fechado à Palavra de Deus, está fechado à verdade, está fechado ao mensageiro de Deus que traz a profecia para levar avante o povo de Deus".

"Faz-me mal quando leio aquele pequeno trecho do Evangelho de Mateus, quando Judas arrependido vai aos sacerdotes e diz 'pequei' e quer dar… e dá as moedas. 'Que nos importa! – dizem eles – o problema é seu!'. Um coração fechado diante deste pobre homem arrependido que não sabia o que fazer. 'O problema é seu' e foi se enforcar. E o que eles fazem quando Judas vai se enforcar? Falam e dizem, 'mas, pobre homem? Eh, sim…'. Não! As moedas, rápido! 'Essas moedas são a preço de sangue, não podem entrar no templo …' e a regra é esta, esta e esta... Os doutores da letra".

Em seguida, o Santo Padre disse: "A eles não importa a vida de uma pessoa, a eles não importa o arrependimento de Judas: o Evangelho diz que ele voltou arrependido. A eles importa somente o seu esquema de leis e muitas palavras e coisas que construíram.

"Esta é a dureza de seu coração. Esta é a dureza do coração, da tolice do coração dessa gente que, como não podia resistir à verdade de Estêvão, vai procurar testemunhos, testemunhas falsas para julgá-lo", concluiu o Papa Francisco.

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