22 de dezembro de 2024 Doar
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Denunciam “mentalidade nazista” da OEA que pede aborto em casos de Zika

Luis Almagro, secretário geral da OEA. | Juan Manuel Herrera/OAS

Diversos líderes pró-vida hispano-americanos criticaram uma recente declaração do secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que anima a abrir as portas ao aborto às mulheres grávidas infectadas pelo vírus Zika. Isto, explicou um deles, demonstra a atual "mentalidade nazista" do organismo internacional.

Em um comunicado publicado na página da OEA no dia 26 de abril, Luis Almagro qualificou a epidemia do Zika em diversos países da América como "uma oportunidade para igualar direitos" e assinalou que em casos de mulheres grávidas infectadas "seria justificável a interrupção legal da gestação" (aborto).

Esta justificação, explicou Almagro, é baseada "no risco para a vida da mulher da perspectiva de sua dignidade, suas condições materiais de vida e existência, mas, sobretudo, na sua capacidade de decisão autônoma sobre sua vida e saúde e a respeito do futuro de sua descendência e núcleo familiar".

Desde maio de 2015, reportou-se uma epidemia do vírus Zika no Brasil, a qual se estendeu durante alguns meses por diversos países da América do Sul, América Central, Caribe e México. Diversos relatórios apontavam que o vírus Zika estava relacionado com casos de microcefalia em bebês em gestação.

De acordo com os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), embora tenha sido provado que o Zika pode causar microcefalia no feto, não podem precisar como o vírus afetará a gestação de uma mulher infectada nem "a probabilidade de que o Zika ser transmitido ao bebê no seu ventre. Não sabemos se o feto, se for infectado, desenvolverá defeitos congênitos".

O organismo de saúde americana assinalou ainda que não é possível determinar "em que etapa da gestação a infecção poderia causar dano ao feto" e desconhecem se o bebê infectado com o vírus "nascerá com defeitos congênitos".

Em declarações ao Grupo ACI, Jesus Magaña, da plataforma cidadã colombiana Unidos pela Vida, assinalou que, ante o comunicado do secretário geral da OEA, "estamos presenciando novamente o ressurgimento da mentalidade eugênica, da mentalidade nazista".

Para Magaña, a OEA quer aproveitar a epidemia do Zika "não para promover a saúde das populações mais indefesas e vulneráveis, das mulheres mais pobres, mas para destruir os filhos dos pobres, para acabar com a pobreza através da destruição, por meio do aborto, dos pobres".

Por sua parte, Luis Losada Pescador, diretor de campanhas da plataforma pró-vida internacional CitizenGO, criticou que a própria OEA "fala em seu comunicado de 'aproveitar a oportunidade' para o que denominam 'igualar direitos'. Ou seja, reconhecem que se trata de uma desculpa para promover o aborto na região".

"Onde fica o direito à vida reconhecido no art. 4 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos? Os estados estão de acordo com que esta organização internacional passe por cima dos mandatos para seguir uma agenda ideológica? ", questionou.

Marcos León, vice-presidente de Geração Pró-vida do Paraguai, qualificou como "uma total vergonha" o fato de que o secretário geral da OEA evidencie sua pertença aos promotores "da cultura do aborto, e mais ainda, ao estar à frente de um organismo cujo objetivo principal é defender os direitos fundamentais das pessoas".

"Não podemos tolerar que, ante um problema como o Zika, cuja solução real passa por políticas de prevenção e eliminação do mosquito vetor em base a uma educação e conscientização da cidadania, tenha que ser exposta novamente a eliminação voluntária de seres humanos como uma 'solução' dos males que causam esta doença", assinalou.

"Não podemos falar de direito a matar um ser humano somente porque está temporalmente dentro do ventre materno, que é tão indefeso que não pode proteger-se a si mesmo e necessita de nós (adultos)", assinalou Karla Martínez del Rosal de Rodríguez, da Pastoral da Vida da Arquidiocese de Guatemala.

Para a líder pró-vida guatemalteca, "não podemos falar de equidade se decidimos sobre o direito à sua vida de forma arbitrária, a vida é o direito mais fundamental, reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e ratificado no Pacto de São José".

Julia Regina de Cardenal, da Fundação Sim à Vida de El Salvador, precisou que as cifras reais desmentem que os casos de microcefalia relacionados ao Zika sejam numerosos.

"O Ministério de Saúde do Brasil informou que dos supostos 4.180 casos de microcefalia reconhecidos inicialmente no país, somente puderam confirmar 270 casos dos quais somente em 6 destes houve o vírus Zika nas mães", assinalou.

Na Colômbia, das mais de seis mil mulheres infectadas com o Zika durante a gravidez, "nenhum de seus bebês tem microcefalia", enquanto que em "El Salvador, de muitas mulheres que tiveram Zika na gravidez, nenhum bebê nasceu com microcefalia".

"O lobby pró-aborto está instrumentalizando esta crise sanitária a fim de legalizar o negócio do aborto", denunciou e recordou que "o bebê por nascer tem direito à vida, inclusive quando poderia apresentar doenças ou anomalias genéticas".

Nesse sentido, também de El Salvador, Sara Larín, presidenta do movimento VIDA SV, recordou que esta "não é a primeira vez que a OEA promove um discurso de terror com o propósito de impor o aborto nos países da América Latina".

"Faziam isto com o tema da superpopulação e agora com muito oportunismo utilizam a crise sanitária do vírus Zika para causar temor às mulheres grávidas", disse.

O presidente da plataforma pró-vista ArgentinosAlerta, Martín Patrito, advertiu: "Estamos ante a má política, muita ideologia e pouca ciência dos organismos internacionais como a OEA e a OMS".

"A microcefalia tem uma grande quantidade de causas, há muitos outros vírus que podem causá-la e ainda não foram estudados suficientemente o impacto de muitos pesticidas. E em todo caso, deverá combater o mosquito, não as crianças", sublinhou.

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