21 de dezembro de 2024 Doar
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Síria: Sacerdote narra o drama de viver em meio aos bombardeios

O sofrimento dos habitantes da cidade de Aleppo, localizada ao norte da Síria, continua. O Pe. David Fernández, um sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), contou à página do Facebook SOS Cristãos na Síria como é a vida em meio aos bombardeios, que podem durar horas, com a angústia de não saber onde cairá o próximo projétil.

"Esta semana (entre o dia 1º e 8 de maio) foi terrível. Cheguei a contar mais de cem bombas em apenas um dia... Imaginem o que significa viver em uma cidade onde um dia como na quarta-feira (4 de maio) tivemos 20 horas de bombardeios sem parar", comentou o sacerdote argentino.

 

Síria está imersa em uma guerra civil há cinco anos. Em 2012, o conflito alcançou a cidade de Aleppo. Esta cidade era considerada a segunda mais importante do país depois da capital Damasco.

A maior parte de Aleppo está controlada pelo exército sírio e é o objetivo de conquista dos grupos extremistas islamistas Frente al-Nusra, vinculado a Al-Qaeda, o Estado Islâmico (ISIS) e o Exército Livre.

"Atualmente, as tropas do governo mantêm aberto a único caminho que se pode ingressar à cidade. É deste modo que recebemos os alimentos e os remédios. Mas, há algumas semanas está tudo bloqueado e então começa a luta pela sobrevivência", explicou o Pe. Fernández.

No dia 10 de maio, a Rússia anunciou que foi feito um acordo de uma nova trégua de 48 horas em Aleppo entre os grupos rebeldes e o exército sírio. Tanto a Rússia como os Estados Unidos manifestaram publicamente que colaborarão a fim de que cessem as hostilidades.  

Nesse sentido, o Patriarca Caldeu do Iraque, Dom Louis Sako, indicou em uma entrevista à Rádio Vaticano que "a trégua é frágil. As pessoas querem paz, querem estabilidade. É necessário ajudar as pessoas a manterem um diálogo civilizado e assumir sua própria responsabilidade".

Por sua parte, o Pe. Fernández indicou que "os bombardeios atingem especialmente as populações vulneráveis", como foi o ataque ao hospital maternal Al-Quds, no qual morreram 50 pessoas, "a maioria eram grávidas e recém-nascidos". Acrescentou que, apesar dos bombardeios, "as pessoas tentam trabalhar e os jovens vão para as escolas, embora muitas vezes sua vida esteja correndo perigo até quando saem para fazer compras no mercado. Todos vivemos esperando que em algum momento isto acabe e possamos viver em paz novamente".

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