BRASILIA, May 17, 2016 / 16:00 pm
O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que pretende chamar a Igreja para discutir sobre o aborto, uma questão que, para ele, representa "uma entre outras mazelas" no Brasil. A declaração foi dada em entrevista publicada pelo jornal 'Estado de S. Paulo'.
"Esse é um problema que existe e precisa ser cuidado", disse o ministro. "Como é o crack. Como tantas outras mazelas da sociedade que precisam ser cuidados pelo poder público", acrescentou.
Segundo ele, a maneira como o tema será abordado "vai depender de discussões". "Vamos ter de conversar com a Igreja. A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão. Temos de ajustar. Antes de propor uma política para isso, vamos ter de realizar um diálogo", explicou.
Ricardo Barros garantiu que esse processo de discussão não será demorado e que, em sua atuação como ministro, irá ouvir o máximo que puder "para que toda ação do ministério seja um pacto e não seja apenas uma proposta".
Especificamente sobre a questão do aborto, Barros classificou como "um tema delicado", sobre o qual verá com o governo a diretriz a ser tomada, uma vez que vê o caso como "uma decisão de governo" e "não de um ministério" ou "algo que possa ser decidido individualmente".
"Recebi a informação de que é feito 1,5 milhão de abortos por ano. Desse total, 250 mil mulheres ficam com alguma sequela e 11 mil vão a óbito. Esse é um tema que vou estudar com muito carinho com nossa equipe", expressou.
Esses números, porém, são questionados por representantes pró-vida. Conforme assinalou o Padre Paulo Ricardo, da Arquidiocese de Cuiabá (MS), em artigo de outubro de 2015, "o número de abortos clandestinos no Brasil não é um milhão por ano, como se sustenta falsamente e de modo proposital, mas cerca de 100 mil por ano, e este número está diminuindo aproximadamente a 12% ao ano".
Além disso, o sacerdote ressaltou que "a esmagadora maioria dos brasileiros é totalmente contrária ao aborto, a aprovação ao aborto diminui a cada ano pelo menos desde 1994 e nos últimos seis anos".
Por outro lado, no mesmo artigo, Pe. Paulo Ricardo indicou como a prática abortista vinha se consolidando no Brasil. Conforme o sacerdote pontuou na ocasião, "o governo do PT, contrariamente ao que toda a nação brasileira pensa sobre o assunto, anunciou em 2012 que pretendia criar serviços de orientação à gestante sobre os melhores meios de provocar ela mesmo um aborto".
"O Ministério da Saúde está trabalhando ativamente nesta direção. Para facilitar este programa, multiplicaram-se no Brasil, nos últimos anos, a propaganda e a venda de substâncias abortivas", afirmou.
Atualmente, no Brasil, a prática do aborto é despenalizada em três casos. Quando a gravidez é resultante de estupro, o aborto deve contar com a autorização da gestante ou de um responsável e deve acontecer até a 20ª semana. Quando há risco à vida da mãe e se não houver outro meio de salvá-la, o aborto pode ser feito em qualquer ponto da gravidez. E, o último caso foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012 e diz respeito aos fetos com anencefalia.
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