22 de novembro de 2024 Doar
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Papa: Em sua misericórdia Jesus não fecha a porta aos pecadores

Papa Francisco | L'Osservatore Romano

Durante a missa na manhã de hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco recordou as palavras que Cristo disse aos fariseus sobre o adultério e reiterou que ele deve anunciar a verdade de Deus sem deixar de lado a compreensão ante à fraqueza humana.

Francisco refletiu sobre as armadilhas que os fariseus e os doutores da lei colocam para o Senhor cair e diminuir sua autoridade e credibilidade entre as pessoas; como propõe o Evangelho de hoje, quando os fariseus perguntaram a Jesus se era lícito um homem repudiar a própria mulher.

O Papa disse que, crendo, ter "todo o conhecimento e sabedoria do povo de Deus", um "grupinho de teólogos iluminados" colocam uma armadilha para o Senhor, a "armadilha da casuística", que o Senhor aceita para ir além e alcançar a plenitude do matrimônio; algo que Cristo fez no passado com os saduceus ao abordar a passagem da mulher que teve sete maridos, a fim de mostrar que na ressurreição já não será esposa de ninguém, porque no céu não haverá esposa nem esposo.

"Já não são dois, mas uma só carne. Portanto, 'não separe o homem o que Deus uniu'", disse o Papa.

Em seguida, Francisco explicou que "Jesus responde a verdade, a partir da verdade contundente, esta é a verdade! Da plenitude para sempre! E Jesus nunca negocia a verdade". Referindo-se ao "pequeno grupinho de teólogos iluminados", disse que sempre negociavam a verdade, "reduzindo-a a casuística. Jesus não negocia a verdade. Esta é a verdade sobre o matrimônio, não há outra".

No entanto, ele recordou que "Jesus é tão misericordioso, é tão grande que nunca, nunca, nunca fechou a porta aos pecadores" e, por isso, não se limita a anunciar a verdade, mas lembra os fariseus o que Moisés estabeleceu na lei. Mas eles vão repetir que Moisés escreveu uma declaração de divórcio, entretanto, Jesus responde que esta norma havia sido escrita "devido à dureza do coração deles". Isto indica que Jesus distingue a verdade e a "fragilidade humana".

"No mundo em que vivemos, com esta cultura do provisório, esta realidade do pecado é tão forte", disse Francisco. E acrescentou que, embora haja a "dureza de coração, há também o pecado", nem tudo está perdido, mas algo pode ser feito, pois também existe o "perdão, a compreensão, o acompanhamento, a integração" e, sobretudo a " verdade nunca se vende!". "Jesus é capaz de dizer esta grande verdade ao ser tão compreensivo com os pecadores, com os fracos".

Papa Francisco assinalou que Jesus nos ensina duas coisas: "a verdade e a compreensão"; e ressaltou que isto é o que os "teólogos iluminados" não puderam compreender, porque eles estavam fechados na equação do "pode ou não se pode?", e, portanto, incapazes de ter grandes horizontes,  incapazes de amar a debilidade humana. Basta ver a "delicadeza" que com a qual Jesus tratou a mulher adúltera, que ia ser apedrejada: "Eu também não te condeno, de agora em diante não peques mais", afirmou.

"Que Jesus nos ensine a ter com o coração uma grande adesão à verdade e também com o coração uma grande compreensão e acompanhamento a todos os nossos irmãos que estão em dificuldade", disse o Papa Francisco. "E este é um dom, que o Espírito Santo nos ensina e não estes doutores iluminados, que para nos ensinar precisam reduzir a plenitude de Deus a uma equação casuística. Que o Senhor nos conceda esta graça!", concluiu.

Evangelho (Mc 10,1-12)

Naquele tempo, Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. Jesus perguntou: "O que Moisés vos ordenou?" Os fariseus responderam: "Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la". Jesus então disse: "Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento.No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!"

Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. Jesus respondeu: "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério".

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