21 de novembro de 2024 Doar
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O que os santos têm a ensinar sobre a educação dos filhos?

Livros trazem aconselhamentos de santos para a educação dos filhos. Imagem: Divulgação | Editora Katechesis

Os santos e doutores da Igreja têm algo a dizer sobre a educação das crianças e jovens em pleno Século XXI? A editora Katechesis aposta que sim e por isso vem publicando obras que buscam trazer os ensinamentos de grandes mestres da espiritualidade para ajudar os pais católicos na sua missão.

O primeiro desses livros é o clássico "A Educação dos Filhos", uma coletânea que agrupa conselhos para os pais vindos de Santo Antônio Maria Claret, Santa Teresa de Ávila e São João Crisóstomo.

A obra reúne nove aconselhamentos de fé e amor, que levam à reflexão, instrução e correção para o estado de vida dos filhos. Mas, segundo ressalta o educador Felipe Nery Martins Neto, Diretor da Editora Katechesis, este livro "não é um código e nem um manual, uma receita de bolo que deve ser executada em alguma situação ou circunstância da vida em família".

Em um mundo marcado pelo vazio de sentido e carência de uma sólida educação religiosa, os pais se preocupam com os vários caminhos que os filhos são seduzidos a trilhar na medida em que vão crescendo. Com isso, a responsabilidade de educar se torna não apenas um dever, mas uma tarefa árdua e que requer perseverança.  Diante dessa realidade, o livro traz direcionamentos e instruções para que os filhos possam encontrar o caminho que leva a Deus, o chamado à fé, diferentemente da educação usual e formal recebida nas escolas.

Trata-se de uma obra que "instiga os pais para que bebam da fonte que é o próprio Espírito Santo e, sendo assim, encontrem a resposta", indica o Prof. Nery.

Outro livro que traz as contribuições de São João Crisóstomo é "Da Vanglória e da Educação do Filhos", no qual o santo expõe que a causa de todos os males é que meninos e meninas são educadas com o princípio da vanglória, o contrário da humildade.

Dessa forma, ressalta que uma educação rasa e superficial, em que os pais se preocupam em adornar e vestir os filhos com roupas de ouro e um amor apegado às riquezas, tem como resultado o detrimento de uma educação pura, em que os valores, a moral cristã e a lei são sequestrados e impedidos de formarem uma identidade sadia e virtuosa.

Em um dos capítulos, São João Crisóstomo enfatiza a importância de os pais acompanharem seus filhos à Igreja, para que aprendam a rezar com empenho e devoção.

"Se desde a primeira infância carecem as crianças de mestres, que será delas? Se alguns, educados e instruídos desde o ventre materno até a velhice, não conseguem triunfar, que males serão capazes de cometer os que nunca foram educados? O certo é que todas as pessoas se esforçam para que seus filhos se instruam nas artes, nas letras e na eloquência, mas a ninguém ocorre pensar em como exercitar sua alma. Portanto, não cesso de vos exortar, rogando-vos e suplicando-vos que, antes de qualquer coisa, eduqueis bem os vossos filhos. Se tendes consideração por vossos filhos, aqui o haveis de mostrar", afirma o santo.

Por fim, a editora Katechesis apresenta "Filhos e Pais - Sabedoria e orientação para os pais", uma obra mais contemporânea, com as palavras e ensinamentos de conselhos de Dom Fulton Sheen, um dos mais admirados bispos da Igreja Católica dos Estados Unidos do século XX e que, em 2012, teve reconhecida por decreto do Papa Bento XVI uma vida de virtudes heroicas.

Para o Prelado, uma das mais sérias ameaças no relacionamento entre pais e filhos é a permissividade. Dom Fulton Sheen considerava que "todos os pais que se eximem de exercer controle e disciplina inteligentes sobre seus filhos são pragas sociais muito antes de seus filhos se tornarem delinquentes".

Na obra, o Bispo reconhece que existem deveres dos filhos para com os pais e vice-versa, bem como dois tipos de disciplina ou "treinamento", um externo que está ligado à regra e outro interno, relacionado à razão e à consciência, ambos em sintonia com a obediência.

Dom Fulton Sheen explica ainda que a autoridade excessiva sempre tem origem em um falso conceito de autoridade. "O líder que está seguro de sua posição não precisa realizar demonstrações extremas de autoridade", diz ele.

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