Roma, Jun 25, 2016 / 07:00 am
A organização humanitária Internacional Christian Concern (ICC) denunciou que um grupo de radicais muçulmanos teria atacado e incendiado mais de 80 casas na aldeia Al-Beida no Egito, no mês de junho, devido ao rumor de que se construía um templo cristão na região.
O ataque à aldeia foi realizado em meio aos gritos como "o Egito continuará sendo islâmico!".
Mousa Zarif, residente da aldeia, assinalou à organização cristã que a tarde da sexta-feira, 17 de junho, "depois da oração do meio-dia, um grande número de fanáticos muçulmanos se reuniu em frente à nova casa do meu primo, Naim Aziz", a qual ainda está sendo construída.
O grupo de muçulmanos, indicou, reuniu-se "devido a um rumor difundido na aldeia de que este edifício se converteria em uma igreja".
"Estavam gritando lemas contra nós. Entre estes lemas estava: 'de maneira alguma haverá uma igreja aqui'".
O edifício, que os muçulmanos temiam que fosse um templo cristão, era simplesmente uma casa.
De acordo com a International Christian Concern, os cristãos não têm um templo na aldeia, por isso participam das celebrações da igreja ortodoxa copta da Santa Virgem e o Arcanjo São Miguel, a sete quilômetros.
O grupo de radicais destruiu o edifício, atacou a família proprietária do local, para depois estender sua violência às casas cristãs vizinhas, jogando pedras, saqueando e incendiando casas. Calculam danos de aproximadamente 500 mil pesos egípcios (mais de 56.300 dólares).
Além disso, Zarif assinalou que o grupo de radicais muçulmanos "também interceptou o automóvel do Pe. Karas Naser, o sacerdote da igreja copta da Santa Virgem e o Arcanjo São Miguel quando chegou à aldeia".
"Atacaram o sacerdote, mas alguns muçulmanos moderados intervieram, resgataram-no de suas mãos e tiraram o padre do automóvel", indicou.
As autoridades chegaram ao local, mas foram incapazes de deter o grupo de radicais, que continuou queimando casas e automóveis em frente à polícia. Em seguida, prenderam seis homens muçulmanos, mas foram libertados nessa mesma noite.
A polícia também deteve seis homens cristãos, depois os libertaram sob fiança e os acusaram de construir um edifício e realizar orações sem permissão.
O administrador regional do ICC para a Ásia do Sul, William Stark, denunciou que este acontecimento na aldeia cristã "mostra como os cristãos no Egito são tratados como cidadãos de segunda classe".
"É abominável que as vítimas destes ataques fossem acusadas de crimes, enquanto os perpetradores continuam desfrutando de total impunidade", criticou.
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