VATICANO, Jun 30, 2016 / 15:00 pm
Ontem, 29 de junho, o Papa Emérito Bento XVI completou 65 anos de ordenação sacerdotal, e EWTN conversou com o Prefeito da Casa Pontifícia e seu secretário pessoal, Dom Georg Gänswein, para conhecer os detalhes de sua vida após três anos da renúncia ao pontificado.
"O Papa Bento XVI esteve – e até agora está – em paz com relação à sua decisão de renunciar, porque era o caminho correto", disse Dom Gänswein em entrevista ao correspondente de EWTN em Roma e Alemanha, Paul Badde.
"Isso me ajudou pessoalmente para vencer minha resistência inicial e aceitar a determinação do Papa Bento XVI, a qual conseguiu logo após muita luta e oração. Aceitar o que acreditava que era o correto", acrescentou.
Do mesmo modo, Dom Gänswein disse que os prazeres que o Papa Emérito mais desfruta atualmente são "ter tempo para a oração, reflexão, leitura e também para encontros pessoais", como aquele encontro que teve com o Papa Francisco no dia 30 de junho de 2015, no Convento Mater Ecclesiae, lugar onde vive atualmente.
O Arcebispo ainda recordou aquela noite de 11 de fevereiro de 2013, quando um relâmpago iluminou a cúpula da basílica de São Pedro, no Vaticano, horas depois que o Papa Bento XVI anunciou a sua renúncia. Muitos observadores tinham interpretado tal acontecimento como uma "reação divina".
"Naquele momento, tive que chorar abertamente. Entretanto, depois de três anos, houve muita reflexão, inclusive a reflexão pessoal", sublinhou Dom Gänswein.
"A impressão foi de um sinal do alto, uma reação", indicou o Prelado. Além disso, contou que quando mostrou imagens do incidente ao Sumo Pontífice, este se perguntou se era algum tipo de montagem fotográfica. "Entretanto, a natureza havia se manifestado", expressou.
Durante a entrevista, o experiente vaticanista Paul Badde, afirmou que há alguns cardeais que ficaram "incomodados ao escutar que a Igreja atualmente tem dois sucessores de São Pedro vivos" e pediu a Dom Gänswein uma resposta às recentes declarações que sugeriam que havia um "ministério petrino compartilhado".
"Francisco é o Papa legítimo e foi legitimamente eleito. Mencionar que houve uma conversa de dois papas, um legítimo, outro ilegítimo, é, portanto, incorreto. Bento XVI continua estando presente no recinto de Pedro, na oração e no sacrifício, o que deveria dar frutos espirituais", afirmou Dom Gänswein.
O Prefeito da Casa Pontifícia rechaçou rotundamente que o Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI conversem a respeito de problemas ou que inclusive exista algum tipo de rivalidade. "Aplicando um pouco de sentido comum, fé e um pouco de teologia, isto deveria ficar claro", acrescentou.
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