26 de dezembro de 2024 Doar
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Em Assis, Papa Francisco pede para não viver fechados no rancor e abrir-se ao perdão

Papa Francisco durante sua visita a Assis | Captura de tela (CTV)

O Papa Francisco chegou nesta quinta-feira, 4, à Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis (Itália), para celebrar os 800 anos da "Perdão de Assis" e rezar em silêncio na Porciúncula, de onde exortou as pessoas a não viver fechadas no rancor, pois o perdão é a via mestra para chegar ao paraíso.

A festa do "Perdão de Assis" comemora a indulgência plenária concedida em 1216 pelo Papa Honório III a pedido de São Francisco.

O Papa Francisco foi recebido em Assis pelo Arcebispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo, Dom Domenico Sorrentino; pela Presidente da Região de Úmbria, Catiuscia Marini; o prefeito de Perugia, Raffaele Cannizzaro; e a prefeita de Assis, Stefania Proietti.

Em seguida, foi recebido na Basílica pelo Ministro Geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores, Pe. Michael Anthony Perry; o Ministro Provincial, Pe. Claudio Durighetto; o Custódio da Porciúncula, Pe. Rosário Gugliotta.

Depois, o Pontífice ingressou na Porciúncula, uma pequena capela dentro da basílica e cujo nome significa "pequena porção de terra".

Neste lugar, rezou em silencio por vários minutos e, em seguida, fez uma meditação sobre a parábola dos dois devedores, que conta como um servo, a quem o rei perdoou uma grande dívida, não soube ser misericordioso com outra pessoa que lhe devia uma quantidade de dinheiro muito menor.

O Papa explicou que nesta parábola "Jesus nos ensina a perdoar" e, portanto, "como Deus nos perdoa, assim também devemos perdoar a quem nos faz mal".

Entretanto, advertiu que, embora Deus "não se cansa de oferecer sempre seu perdão cada vez que o pedimos", "muitas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque incapazes de perdão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a alegria da serenidade e da paz". "O mundo precisa do perdão", afirmou.

E o perdão, assinalou, é "a via mestra" para chegar ao Paraíso; esse lugar ao que São Francisco de Assis quer que cheguem todos os homens e por isso, recordou o Papa, pediu a Honório III a indulgência plenária.

"Que poderia o Pobrezinho de Assis pedir de mais belo do que o dom da salvação, da vida eterna com Deus e da alegria sem fim, que Jesus nos conquistou com a sua morte e ressurreição?", expressou o Pontífice.

O Papa assinalou que o modo de atuar do servo, que não soube perdoar, "não é a reação do discípulo de Cristo nem pode ser o estilo de vida dos cristãos. Jesus nos ensina a perdoar, e a fazê-lo sem limites".

"Em resumo, aquilo que nos propõe é o amor do Pai, não a nossa pretensão de justiça. Na verdade, deter-se nesta, não nos faria reconhecer como discípulos de Cristo, que obtiveram misericórdia ao pé da Cruz apenas em virtude do amor do Filho de Deus. Não esqueçamos, pois, as palavras severas com que termina a parábola: 'Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração'".

O Papa destacou que depois de 8 séculos "o perdão, de que São Francisco se fez 'canal' aqui na Porciúncula, continua ainda a 'gerar paraíso'. Neste Ano Santo da Misericórdia, torna-se ainda mais evidente como a estrada do perdão pode, verdadeiramente, renovar a Igreja e o mundo. Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se", assinalou.

Posteriormente, o Santo Padre convidou aos sacerdotes e bispos a ir ao confessionário. "Eu também irei, para estar à disposição do perdão", afirmou Francisco e, em seguida, dirigiu-se a um confessionário.

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