ROMA, Aug 17, 2016 / 14:00 pm
A Igreja nas Filipinas lançou a campanha "Não matarás" para promover o respeito à vida humana e rechaçar as execuções extrajudiciais – que já superam várias centenas –, que estariam sendo apoiadas pelo Presidente Rodrigo Duterte em sua guerra contra as drogas, a qual já estaria fora de controle.
A campanha começou há algumas semanas e, nesse sentido, a Conferência Episcopal das Filipinas publicou uma mensagem, dirigida especialmente à polícia, para convidá-la a "conservar a sua humanidade" no tratamento dos delinquentes e traficantes de drogas.
"Pode-se disparar e matar somente com o único motivo de legítima defesa própria ou de outras pessoas", disse e acrescentou que "matar um suspeito não é moralmente justificável", inclusive se tiver tentado escapar, assinala o texto.
Os bispos também deploram a busca de "uma recompensa em dinheiro para matar outra pessoa".
"É dever moral de todos os cristãos denunciar os 'vigilantes' quando se vê grupos de vigilantes matando com facilidade, sem respeitar o estado de direito e com total impunidade", expressa. Além disso, os bispos pedem "justiça e legalidade" no respeito à dignidade de toda pessoa humana.
Duterte assumiu a presidência das Filipinas no dia 30 de junho. Anteriormente, foi prefeito de Davao por duas décadas e foi nesta cidade que ganhou o apelido de "O Castigador". Segundo Human Rights Watch, o agora presidente teria provocado mais de mil mortes neste lugar desde o final dos anos 90 por supostos "esquadrões da morte".
Em uma das suas polêmicas declarações, no dia 9 de agosto, Duterte anunciou que se o Poder Judicial impedisse a sua guerra contra as drogas, declararia a lei marcial.
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