22 de dezembro de 2024 Doar
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“Povo deseja melhoras”, declara Dom Orani sobre impeachment

Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani Tempesta | Facebook Cardeal Orani João Tempesta

Os brasileiros vêm nesses últimos meses acompanhando todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), agora em votação no Senado. Diante de tal contexto político, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, ressaltou que "o povo deseja que o Brasil melhore".

Além das questões políticas, o Arcebispo recordou, em entrevista à Rádio Vaticano, que outros pontos tocam a realidade dos brasileiros e são motivos de preocupação, tais como "que haja emprego, que melhore a economia do país".

"Em geral, o povo tem seu lado, seus lados – de oposição ou favorável a presidente, ou não – mas o povo deseja que as coisas que decaíram tanto no país possam melhorar", declarou.

O Purpurado sublinhou que "o povo sente na pele a dificuldade de emprego, a dificuldade para poder pagar as contas no fim do mês, preocupação com a instabilidade política, economia e deseja realmente que as coisas sejam transformadas".

Todo o processo de impeachment se baseia em questões de crimes de responsabilidade da presidente, os quais foram apontados pela acusação e, por outro lado, negados pela defesa.

Após passar por uma comissão especial na Câmara dos Deputados e também por votação em plenário da Câmara, o processo seguiu para o Senado, tendo também sido discutido em comissão especial, até chegar ao plenário, onde precisa da aprovação de 2/3 dos senadores (54 de 81) para que seja declarado o impedimento definitivo da presidente.

Sobre o desenrolar desse caso, o Cardeal Orani considerou que "todas as entidades da democracia brasileira estão funcionando – os poderes executivo, judiciário, legislativo – e também pela possibilidade de se defender a quem está sendo acusado, assim como também dizer as verdades".

"Eu creio que é um exercício de democracia", afirmou, acrescentando que, "embora saibamos que, às vezes, um modo de pensar hegemônico que se quer ter, nem sempre aceita a divergência".

Entretanto, o Arcebispo disse acreditar que esta "é uma maneira de exercer a democracia, na diversidade cultural do Brasil, e que vai acontecendo".

"Se mantido o previsto pela legislação brasileira, pela Constituição, se seguir o rito de acordo com a legislação, realmente vai vencer a democracia sem dúvida nenhuma no sentido de poder expressar aquilo que é a vontade do Congresso Nacional e do povo brasileiro", assinalou.

Por fim, Dom Orani considerou que "depois de todo esse sofrimento pelo qual passa o país, o povo já está cansado de viver tantas situações assim, tantos problemas", além da "falta de ética na gestão do bem público".

"Para continuar na democracia, temos a responsabilidade de construir um país melhor", concluiu.

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