24 de novembro de 2024 Doar
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“Tomada de Caracas”: O governo não escuta o povo, denuncia Igreja na Venezuela

O Arcebispo de Cumaná e Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Diego Padrón, disse que o governo do país sofre uma otite "crônica" ante o sofrimento do povo e destacou o caráter pacífico e democrático da "Tomada de Caracas", manifestação que reuniu no dia 1º de setembro, na capital da Venezuela, mais de um milhão de cidadãos que apoiam o referendo revocatório do presidente Nicolás Maduro.

 

Ontem de manhã, opositores e simpatizantes do governo de Maduro saíram às ruas. Entretanto, o grupo de críticos ao regime ultrapassou a quantidade de oficialistas, somando, segundo seus organizadores, mais de um milhão de pessoas.

Em declarações difundidas pela sala de imprensa da CEV, Dom Padrón assinalou que "o que o povo fez, tanto a oposição como o oficialismo, foi uma manifestação livre, democrática, constitucional e pacífica da consciência de seus direitos civis".

"Estivemos rezando há muito tempo nas diversas paróquias com dias de jejum e oração, a fim de que a realização das concentrações do dia 1º de setembro e o desenvolvimento das atividades em favor da democracia venezuelana se realizassem em um grande clima de respeito e tranquilidade", indicou.

O Presidente da CEV denunciou que "quem anunciou e agiu com violência foi o governo, com as várias perseguições que realizou aos diversos dirigentes da oposição".

 

"A otite do governo se tornou crônica ante o sofrimento do povo, a escassez, o desabastecimento, a carestia da vida e a insegurança", lamentou.

Em seguida, Dom Padrón criticou o fato de que o governo tivesse impedido o livre trânsito pelo país, na tentativa de evitar o êxito da "Tomada de Caracas".

"O governo cometeu um erro gravíssimo ao se opor à vontade da maioria do povo. A voz do povo é a voz de Deus", disse o Arcebispo venezuelano.

O Prelado assinalou que, embora "respeite muito a marcha ou a concentração do governo", objetivamente não é comparável com a dos opositores, pois "qualquer cidadão pode perceber a enorme diferença da mobilização, a maioria opositora frente à pouca participação dos oficialistas".

 

"Isto é uma mensagem clara ao governo, por isso, o revocatório do povo venezuelano já começou", assinalou.

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