ROMA, Oct 4, 2016 / 17:00 pm
Musa Atique, um professor cristão de 43 anos, advertiu que na escola fundamental estadual de Kot Radha Kishan, na região de Punjab (Paquistão), ensinam o ódio contra os cristãos durante as aulas obrigatórias do Corão e a oração islâmica; entretanto, a sua denúncia fez com que fosse ameaçado pelos professores muçulmanos e foi obrigado a deixar o colégio e mudar de casa.
Embora os acontecimentos tenham começado no princípio deste ano, o caso de Atique foi difundido há poucos dias pela imprensa local e internacional.
Tudo começou quando Atique ouviu dois professores muçulmanos explicando aos alunos que os cristãos são "infiéis, sustentadores dos hebreus e espiões dos americanos". Ante esta situação, procurou a intervenção do diretor e dos outros professores, mas não conseguiu.
A única coisa que Atique recebeu foi a represália de Muhammed Akhbar, um dos professores que difundem o ódio contra os cristãos. No dia 15 de março, este entrou violentamente na sala de aula e bateu em Musa Atique diante dos alunos, ameaçou-o de morte e disse: "Pare de criticar o ato santo de difundir a verdade sobre os malvados cristãos".
Três dias depois, foi ameaçado também pelo professor Gulam Ghos, que lhe disse que seria assassinado se não se convertesse ao islã. Atique se dirigiu à polícia, mas esta não fez nada para protegê-lo.
Além disso, começou a receber ameaças por meio de cartas, jogaram excrementos na porta da sua casa e alguns meses depois outros professores comentavam que Atique era blasfemo e que era necessário encontrar uma maneira de acusá-lo. Ante esta situação, Musa não teve outra alternativa a não ser deixar a escola e mudar-se de casa.
Em declarações à Associação Cristã Britânica Paquistanêsa (BPCA na sigla em inglês), Atique indicou que "o ambiente escolar está impregnado de discursos religiosos extremistas". "A cada dia os cristãos e os não muçulmanos são insultados na escola. Sempre discuto com os meus colegas acerca disso. Os professores muçulmanos e o diretor estão convencidos de que aterrorizar os cristãos, docentes e alunos não é um problema. Temo pela minha vida, a vida da minha esposa e de meus filhos", disse à associação, que atualmente o ajuda a encontrar um novo trabalho.
Wilson Chowdhry, Presidente da BPCA, advertiu que "a vida para os cristãos chegará ao seu ponto mais baixo agora que o governo paquistanês" incluiu "em todas as escolas" estudos corânicos e a oração islâmica, decisões que permite os fanáticos religiosos a "introduzir nas mentes vulneráveis dos jovens sua ideologia diabólica".
Nesse sentido, advertiu que a reforma educativa no Paquistão, que introduziu a oração e o ensinamento islâmico nas escolas, tornou estes centros "não melhor que as notoriamente brutais madrassas" (escolas que privilegiam o estudo e a memorização do corão). "Parece que o Paquistão está entrando em uma fase de ardor religioso que formará severamente comunidades neuróticas", assinalou.
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